O processo de transição de duas escolas municipais para o modelo Cívico-Militar, em Brumado, está sendo acompanhado de perto pela população brumadense. Sendo a primeira a receber o sistema no município em 2019, alguns pais no início não aceitavam a ideia de que seu filho receberia disciplina e rotina com horários mais rígidos na Escola em Tempo Integral Idalina Azevedo Lobo, localizada no bairro Malhada Branca. Há ainda mais uma escola localizada no bairro Dr. Juracy que segue o Plano Piloto, compartilhando desse novo modelo de gestão compartilhada cívico-militar. A Escola em Tempo Integral Oscarlina Oliveira Silva, que passou a seguir as mesmas estruturas organizacionais semelhantes as já implantadas na Idalina Azevedo, já trás resultados surpreendentes. Em entrevista ao 97NEWS, o Tenente Aguiar, que leciona na escola Oscarlina, na qual este ano recebeu a gestão compartilhada, destacou a junção entre a Polícia Militar e a Secretaria Municipal de Educação, que segundo ele, vem dando muito certo. "A gente percebe que os alunos tem correspondido as demandas e a nova metodologia de ensino. No caso da PM, nós tratamos na parte disciplinar deles, como momentos de liderança, de controle emocional, então, são assim questões pedagógicas que temos trabalhado e os alunos tem se adaptado e correspondido a altura do projeto", diz o Tenente da 34ª CIPM.
Militarização de unidades educacionais em Brumado garante nova filosofia de trabalho e respeito ao civismo
Segundo o estudante Tarcísio, no início ele ainda tentou resistir ao processo de ensino, mas que aos poucos foi se adaptando a nova realidade. "Eu aprendi a ter mais consciência, porque eu era uma pessoa muito explosiva, e ai mudou tudo", conta o aluno. Quem também viu sua rotina mudar de repente, foi a estudante Ester, que não se expressava aos colegas e se considerava muito tímida. "Tinha dificuldade de socialização com as pessoas, e aqui aprendi a lidar com o que vem pela frente", conta a estudante. Mesmo com as disciplinas, ela sabe que o regimento vai lhe ajudar em caminhos futuros perante a sociedade. "Mesmo que somos cobrado diariamente, isso é o melhor para nós", ressalta a estudante. "Eu fiquei muito contente quando fiquei sabendo que minha escola seria nos padrões militares. Porque eu mesmo me reavaliei e me questionei. Minha disciplina, meu conhecimento e comportamento vai melhorar, enfim, está sendo uma experiência ótima", destaca Camila outra estudante da unidade. Para os alunos, a visão de que a escola cívico-militar seria de muita pressão, não condiz com a realidade aplicada, sendo a modalidade de ensino um horizonte de novos conhecimentos e responsabilidades. "Nós andamos na [linha], ficamos atentos ao que falamos e fazemos, mas também temos nossos momentos de brincadeiras, descontração e liberdade, mas claro, tudo dentro de sua regra", afirmou Camila.
"Pura mentira!! Nada disso do pessoal aceitar assim, como eles estão dizendo. Muitos alunos vão à escola militar integral porque, infelizmente, a prefeitura não dá opção para quem não quer, não gosta. Os pais também, muitos deles não estão nada satisfeitos com essa modalidade. Querem vender uma imagem que não existe. Eu sou pai e não estou satisfeito, meu filho também não. Para mim, isso é um desrespeito à Constituição, pois segundo o artigo 5, inciso 2 'Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, se não em virtude da lei', mas aqui, o fato é que isso não ocorre, as crianças estão sendo obrigadas a fazer coisa que não gosta, assim como os pais. Quem gosta de ficar 9, 10 horas preso dentro de uma escola cheia de polícia???"