Cansados de esperar pelo Poder Público, moradores do bairro Irmã Dulce, em Brumado, restauraram por conta própria, a quadra de esportes. A reforma foi feita para evitar que um projeto de capoeira e futsal que atende cerca de 60 crianças da comunidade deixasse de funcionar por falta de espaço adequado. A iniciativa partiu da própria população, com a colaboração de comerciantes e membros religiosos. Para o capoeirista Rafael Almeida, que ministra aulas no projeto social Viva +, o objetivo é afastar os jovens da periferia do mundo das drogas. “O projeto nasceu no coração de três jovens por causa da grande taxa de mortes no município. A maioria por envolvimento com o tráfico. A gente perdeu muitos amigos para essa vida errada. Nesses bairros mais afastados a gente vê muitas crianças na rua, sem nenhuma atividade. A gente usa o esporte como uma forma de levar cultura, educação e lazer para as crianças”, destacou.
Segundo ele, a receptividade dos moradores do bairro tem sido alta, bem como os resultados têm sido significativos. “Não tivemos nenhum apoio da iniciativa pública. É difícil conseguir apoio dos empresários porque se trata de um bairro de periferia. Nosso apoio maior é dos moradores”, pontuou. Os moradores da quadra contribuíram da maneira que podiam. Alguns participaram da 'vaquinha' para a compra de tintas e pincéis, outros colaboram com mão de obra e com a limpeza do local. Além da capoeira, campeonatos de futebol fazem parte do projeto social que está retornando aos poucos devido a pandemia.