O ronco — aquele som emitido durante o sono — pode parecer algo “inofensivo” ou até ridículo para alguns. Mas, na avaliação de especialistas, há momentos em que ele deixa de ser apenas um inconveniente para se tornar sinal de alerta.
O que é o ronco?
O ronco é produzido pela vibração de estruturas nas vias aéreas (palato, úvula, paredes da faringe) quando o fluxo de ar passa por uma região parcialmente obstruída enquanto dormimos. Durante o sono, muitos músculos relaxam, estreitando o espaço respiratório — e é nessa diferença que surge o ruído.
Quando o ronco é considerado “normal”?
Segundo a Dra. Damile, que atende na Clínica Mais Vida, há situações em que o ronco é tolerável e não indica necessariamente risco grave. Alguns pontos:
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O ronco evental, ocasional, sem levar a sintomas no dia seguinte
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Sem pausas na respiração
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Sem sono excessivo, fadiga ou sonolência durante o dia
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Sem desdobramentos cardiovasculares ou sintomas associados
Nesses casos, costuma-se tratar como um incômodo que pode ser minimizado com medidas simples — ajustes de posição para dormir, perder peso, evitar álcool ou sedativos antes de dormir, tratar congestão nasal ou rinite.
Quando o ronco indica um risco à saúde?
No vídeo da Dra. Damile, ela chama a atenção para sinais de que o ronco pode já estar se relacionando com apneia do sono ou outras complicações respiratórias:
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Pausas respiratórias (apneias): interrupções momentâneas da respiração durante o sono
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Despertar com sufocamento ou engasgos
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Sonolência excessiva diurna — sensação de cansaço intenso, dificuldade de concentração
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Cefaleia matinal (dor de cabeça ao acordar)
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Acordar várias vezes à noite
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Baixo desempenho cognitivo ou humor instável
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Ronco muito alto ou estridente
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Fatores de risco cardiovascular — pressão alta, histórico de infarto, AVC, etc.
A apneia obstrutiva do sono pode elevar o risco de doenças cardíacas, hipertensão, acidente vascular cerebral, arritmias, entre outras complicações.
O que fazer se o ronco preocupa?
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Buscar avaliação médica especializada (pneumologista, otorrinolaringologista ou médico do sono)
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Realização de polissonografia (exame do sono) para confirmar ou descartar apneia
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Adoção de medidas comportamentais: perda de peso, evitar álcool e tabagismo, dormir de lado
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Uso de dispositivos como CPAP (pressão positiva contínua) em casos moderados ou graves
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Em casos específicos, considerar cirurgias ou procedimentos (uvulopalatofaringoplastia, dispositivos implantáveis, entre outros)
Mensagem final
O ronco nem sempre é um problema grave — mas é um indício que merece atenção quando vier acompanhado de outros sinais. É fundamental que quem sofre com ronco intenso ou persistente faça acompanhamento com especialista, para evitar complicações e melhorar a qualidade do sono — e da vida.