Jesito José dos Santos, de 59 anos e desempregado, usou a criatividade para fugir das garras do desemprego. Seu "Zito", carinhosamente chamado pela população, é morador da comunidade de Tanquinho, zona rural de Brumado. Ele é mais um brumadense vítima da falta de empregos, e agoniado por saber que precisa, o mais rápido possível, garantir o seu sustento. Trabalhou por cerca de 30 anos como montador de móveis em uma loja da cidade, mas como ele mesmo afirma: "O álcool lhe pregou uma peça", motivo este que fez a empresa encerrar o contrato trabalhista. Mas, ele garante que deu a volta por cima, e a bebida não o controla mais. Há cerca de 1 anos e meio, o montador não conseguia ao menos uma fonte de renda. Nem os corriqueiros bicos de montador, que antes supriam os períodos de crise financeira. Diante de tantas circunstâncias negativas, ele teve a ideia de comprar pimentas na feira livre de Brumado, levou para casa, deixou secar, moeu e envasilhou. "Comprei 5 litros de pimenta na feira, triturei elas e envasilhei. Mas não vendi, distribuir para os amigos só para eles conhecerem o produto", relata José que a partir dai os clientes começaram a aparecer. Ainda segundo seu Zito, a ideia inicial surgiu quando ele há anos atrás fez uma visita à um cliente na cidade de Macaúbas, e lá, ele conheceu a pimenta moída, mas o dono da casa não à vendia, apenas produzia para consumo. "Foi ai que eu pensei comigo mesmo, um dia vou produzir no meu sítio essa pimenta, mas não pensava em vendê-la. Mas como o desemprego bateu em minha porta, foi quando Deus iluminou tudo e eu pensei, vou vender pimenta moída, mas vai ser do meu jeito", afirmou o montador.
Brumado: Desempregado, montador de móveis cria sua própria 'pimenta em pó' e busca novas oportunidades
Após a clientela aprovar o produto, Zito comenta ainda que a produção de 5 liros foi se elevando para 15, depois para 30, e hoje ele comercializa cerca de 100 litros. "Graças a Deus tô chegando lá, tô moendo pimenta, os clientes estão gostando do produto", relata. De uma forma diferente, ao invés do tradicional, onde o fruto picante é comercializado em molho ou até mesmo em conserva, a "Capsicum", termo usado para a espécie no Brasil, a do senhor Jesito, é moída e colocada em frascos personalizados que custam entre R$ 5 e R$ 8. "Não uso nenhum conservante ou tempero na minha pimenta, eu apenas deixo às secar naturalmente, retiro os talos, porque não pode deixar, tira o sabor da pimenta, seleciono elas e, uso de preferência a [malagueta]. Após isso, eu trituro elas no equipamento e coloco em vasilhas personalizadas", destaca. Segundo ele, além de sua pimenta ser moída, o que faz a diferença no seu produto, é o fornecedor e a seleção. "Eu tenho no fundo do meu sítio a minha própria plantação, mas também compro de outro fornecedor todos os meses, e tudo é feito com total higiene e de odo artesanal", relata ao 97NEWS, Jesito dos Santos de 59 anos, que hoje mantem sua renda com sua força de vontade e coragem. "Outro dia eu li sobre a história do rapaz que se transforma em homem aranha para vender trufas. É assim a nossa história, não podemos baixar a cabeça para os desafios da vida, peça a Deus, mas também faça sua parte", desperta seu Zito. Para informações sobre a 'Pimenta Malagueta Natural' produzida no Sítio Esperança, os telefones são: 77 99926-6747 (Whatsapp) / 99974-4541.
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