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Conquista: Apicultor faz etanol a partir de mel e dribla crise dos combustíveis

Foto: Mário Bittencourt l BBC

O apicultor Luiz Jordans Ramalho Alves pode não ter sido o único motorista do Brasil que não passou aperto durante a greve dos caminhoneiros. Com 46 anos de idade, ele já é autossuficiente em etanol desde 2015, quando, por insistência em aproveitar todo o descarte do mel, acabou descobrindo que era possível obter o combustível a partir do produto. A experiência de Jordans, morador de Vitória da Conquista, é inédita no Brasil, segundo engenheiros da área química, mecânica e estudiosos de biocombustíveis no país. Na zona rural de Barra do Choça, cidade de 34 mil habitantes vizinha a Vitória da Conquista, Jordans possui um entreposto por onde passam de cerca de 10 toneladas de mel por mês. Na mesma área, ele tem ainda mais de 100 mil pés de café. O mel vem de seus apiários e de dez cidades da Bahia, e do volume produzido sempre acaba voltando para o apicultor entre 0,5 e 1% de mel, chamado de descarte. "Eles voltam por pequenos defeitos, como uma embalagem que trincou e gerou risco de contaminação, então, recolhemos para manter o controle de qualidade do mel", disse. Jordans é apicultor há quase 30 anos, mas o descarte só virou preocupação maior nos últimos dez anos, quando no entreposto aumentou seu movimento para 10 toneladas mensais. Em 2012, ele contratou uma consultoria que o auxiliou a montar um projeto sobre aproveitamento do descarte para produzir extratos de mel, como álcool etílico (conhecido como alimentício ou nobre) e, com isso, fazer cachaça ou aguardente de mel.

Foto: Mário Bittencourt l BBC

Com um orçamento de R$ 185.052,40 financiado pelo governo, o apicultor usou o dinheiro para comprar os equipamentos necessários ao processo de produção do álcool etílico. Depois que conseguiu o financiamento, Jordans montou no entreposto de mel, sua segunda casa, um pequeno laboratório para obtenção da aguardente. No processo químico, o descarte entra em fermentação num tanque de 250 litros durante 5 a 15 dias. Nesse período, ocorre a primeira destilação do álcool, que dura 24 horas. É daí que surge o álcool etílico, que rende por ano mais de 600 litros, usado por Jordans para fazer aguardente de mel e comercializar por R$ 60 a garrafa de meio litro - valor cobrado ainda hoje. O financiamento da Fapesb durou até 2014. Ainda se sentindo incomodado por ver que 30% do descarte não estavam sendo aproveitados para nada, ele decidiu continuar as pesquisas por conta própria, em 2015, ele teve a ideia de enviar o produto restante para testes num laboratório de Salvador, que apontou que o líquido tinha graduação alcoólica de 80%, próximo às normas da ANP (Agência Nacional de Petróleo) para o etanol hidratado, utilizado em veículos - que deve ter 94,5% de álcool. "Fiz um teste com meu carro e funcionou", disse Jordans, informando, em seguida, que notou redução da potência do motor do veículo enquanto rodava. "Ele perde força, sobretudo em ladeiras ou durante ultrapassagens, aí tem de pisar mais no acelerador. Com o álcool hidratado, da cana-de-açúcar, o carro faz 7 km com um litro, e com esse meu álcool de mel chega a 5 km", ele contou. Por semana, Jordans produz cerca de 50 litros de etanol, mas não vende nenhum - e nem poderia, porque seu produto não atende às normas da ANP. 

 



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