Escorrendo de manilhas de concreto e canalizações abertas no meio do mato, o esgoto lançado sem tratamento no Rio Brumado está transformando as cachoeiras do "Fraga" e "Véu de Noiva", nos municípios de Livramento de Nossa Senhora e Rio de Contas, Chapada Diamantina, em, um rio banhado por líquido cinzento e cheio de coliformes fecais. Esse é o mais evidente retrato do descaso com a conservação ambiental dentro do "Portal da Chapada", com quase 65 mil habitantes - juntando as duas cidades -. O agravamento das condições do manancial chegou a levar os dois municípios, às reuniões e ações no Ministério Público para tratar do crime ambiental.
Cartões postais das cidades de Livramento e Rio de Contas ameaçados por conta de esgoto lançado no Rio Brumado
Os participantes do encontro apontaram com testes em laboratório que os dejetos ainda continuam sendo jogados criminosamente dentro do rio. A situação parece ainda mais grave quando se considera que a estação de tratamento, construída em 2009, não funciona mais. Os esgotos são despejados dentro da rede pluvial. “O esgoto interfere diretamente na qualidade da água. Se o recurso for de má qualidade, fica facilitada a transmissão de doenças e perde-se uma grande quantidade da biodiversidade. A água contaminada por esgoto favorece o crescimento de poucos organismos, que não contribuem para o meio ambiente”, diz o ambientalista e advogado, Raimundo Marinho. Problemas que se agravam ainda mais com a falta de chuvas nos últimos anos. Enquanto isso, o esgoto não para de fluir.
A cachoeira virou história
Em Livramento, a Cachoeira "Véu de Noiva" recebeu esse nome devido a uma queda d’água de mais de 80 metros que era aproveitada para lazer, e abastecia o Município. Hoje, a água mal escorre pelas pedras. A cachoeira era a principal atração de Livramento. Com o abandono pelo poder público e com os dejetos jogados no rio, o local turístico tem futuro incerto. A situação de degradação do Rio Brumado, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA) “é de amplo conhecimento”. De acordo com os especialistas da agência, em 2015, já era previsto que o sistema da estação de tratamento não funcionava mais, e em 2017, o sistema entrou em colapso. Assista a vídeo reportagem da Rádio 88 FM,
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