Os lixões são depósitos de lixo a céu aberto, onde o lixo é lançado diretamente no solo, sem qualquer cuidado técnico ou especial. Esse tipo de disposição se dá pela simples descarga de lixo sobre o solo, sem nenhum tipo de medida de proteção da qualidade do solo, das águas e do ar, e tampouco da saúde e o bem-estar da população. Na Bahia, um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (ABRELPE) apontou que o Brasil possui cerca de 3 mil lixões ou aterros em situações de irregularidade. No ranking dos estados, a Bahia ocupa o primeiro posto, com 300 vazadouros inadequados. O número afeta diretamente a vida de 77 milhões de brasileiros. Ainda segundo o órgão, 30 milhões de toneladas de lixo são despejadas por ano em locais irregulares. Diante do cenário alarmante, o Congresso Nacional discute prazo para o fim dos lixões, esbarrando ainda na deficiência financeira dos municípios em gerir o problema.
Uma das principais metas para o Brasil é eliminar e substituir esses lixões por aterros sanitários, uma técnica mais adequada e segura para dispor o lixo, prevenindo danos ou riscos a saúde humana e ao meio ambiente. Pelo menos é isso que prevê a Política Nacional de Resíduos Sólidos(PNRS), Lei nº 12.305/2010. Demorou muito para essa lei ser aprovada (21 anos), mas finalmente conseguiu-se enxergar em nosso país que, tanto os resíduos quantos os rejeitos, devem ser destinados ou dispostos em locais onde não criem problemas ambientais ou condições adversas à saúde humana. E é aí que entra a batalha política. Porque, mesmo após ter entrado em vigor a PNRS, conforme os dados de 2012 do Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), 42% dos resíduos sólidos urbanos tiveram disposição inadequada, sendo que 17,8% foram para os lixões e 24,2% para os aterros controlados (que assim como os lixões, são inadequados). Isso significa, que a cada dia mais de 76 mil toneladas de resíduos sólidos não recebem solução adequada, e o pior, estão se tornando passivos ambientais, causando danos ao meio ambiente e pondo em risco a saúde pública.
Comentários