Apesar das incertezas e desconfortos de ter uma doença que pode levar à morte e para a qual ainda não existe cura, portadores do vírus HIV concordam que o preconceito e o estigma da doença são também grandes obstáculos a serem vencidos. O medo da reação da sociedade ainda é o grande "Tabu" para muitos pacientes. Atualmente, há muitos avanços na medicina, mas o maior mal ainda é o preconceito. Em entrevista ao site 97NEWS, a diarista Débora de Jesus Souza, 32 anos, ressaltou que já trabalhou em muitas casas de família, no entanto, pelo fato de ser portadora da doença, ela se tornou um desempregada. "As pessoas não dão oportunidade, ninguém aceita", explicou. Segundo Débora, há duas décadas ela é portadora do vírus e faz uso do coquetel disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Com a medicação, eu não transmito mais a doença, sou apenas portadora do vírus. Minha rotina de vida é normal, assim como as outras, só tenho que tomar minha medicação sempre", relata.
Morando na rua com o companheiro, a diarista conta que vive de doações. "Meus benefícios do governo foram cortados, eu não tenho renda, ganho uma coisa aqui, outra lá, e vamos vivendo. Mas eu queria mesmo era um dinheiro para alugar uma casa e trabalhar", afirma. Por conta do uso abusivo do alcoól, Débora não atualizou os dados e perdeu o benefício. "Meu companheiro não tem benefício, eu tinha, mas como eu bebia muito, eu perdir. Gostaria que a Prefeitura me ajudasse nisso", diz. Conforme a diarista, durante o dia ela e o companheiro ficam na região da feira livre, mas a noite dorme na calçada da Igreja Matriz. "Nossa rotina é essa, quem poder nos ajudar, me encontra aqui na feira durante a manhã, ou a noite na Igreja Matriz", disse. O preconceito contra pessoas que vivem com HIV é tanto que a discriminação foi definida como crime através da Lei n° 12.984, de 2014, e pode levar à prisão por 1 a 4 anos e multa.