Os cheques e depósitos em nome de um médico-perito do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) são algumas provas que a Polícia Federal (PF) tem de que ele chefiava uma organização criminosa que fraudava benefícios previdenciários na Bahia. O funcionário público, que não teve nome o nome revelado, chegava a cobrar R$ 3,5 mil para afastar uma pessoa por seis meses. “Além disso, nas investigações constatamos que as pessoas envolvidas sempre se reportavam a ele, outra característica de que ele comandava o grupo”, diz a nota da Polícia Federal. A operação denominada de "Teia de Aranha", foi executada na manhã de terça-feira (7). A operação cumpriu três mandados de prisão preventiva, dez de busca, uma medida de recolhimento domiciliar, além de três afastamentos de função pública dos servidores envolvidos na organização criminosa. Apesar de ter sido apontado nas investigações da PF como líder da organização, o médico-perito do INSS não foi preso. O funcionário público cumpre uma medida de recolhimento domiciliar. Ou seja, ele foi afastado do trabalho e é obrigado a permanecer em casa à noite e nos fins de semana. Segundo a PF, o INSS deve instaurar um procedimento administrativo para apurar a conduta do médico-perito e de outros três servidores envolvidos no esquema fraudulento. De acordo com a PF, o esquema funcionava da seguinte forma: os servidores do INSS direcionavam as pessoas ao médico-perito que, logo após, fazia a proposta durante a perícia. No caso das pessoas com algum problema de saúde, o médico cobrava para aprovação ou prorrogação dos benefícios. Em alguns casos, pessoas que não tinham nenhum problema de saúde, mas queriam receber dinheiro da previdência, eram recrutadas pelos intermediários, que por sua vez agenciavam a documentação para fazer o esquema fraudulento. Segundo a PF, o médico-perito chegou a cobrar R$ 3,5 mil por seis meses de afastamento. Aproximadamente 100 pessoas que participaram da fraude estão sendo investigadas e terão que devolver todo o dinheiro. Um terceiro alvo da operação se apresentou na tarde de terça na sede da PF e está custodiado.
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