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Sensibilidade é crucial para produzir matérias que tratam da violência contra a mulher

(Divulgação)

O olhar humano e a vulnerabilidade de vítimas da violência são preocupações essenciais na cobertura de histórias sobre feminicídio e exploração sexual infantil. As jornalistas Carolina OMS e Amanda Célio, ambas da revista digital Az mina, junto com Julianna de Melo e Ciara Carvalho  do Jornal do Commercio, valorizam esse tipo de abordagem nos projetos ‘As meninas de minas’ e #UmaPorUma. As iniciativas dos dois grupos foram destaque na palestra sobre ‘Mulheres, violência e a sensibilidade para contar as histórias’, no 13º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. A revista "Azmina" existe há três anos, é um projeto sem fins lucrativos que busca, através do jornalismo, informar e combater os diversos tipos de violência contra a mulher. Em 2017, lançaram um edital que ofereceria financiamento para a produção de uma matéria, sendo escolhido o projeto ‘As meninas de minas’ da jornalista Amanda, mineira e assessora de imprensa, que fala sobre exploração sexual infantil nas estradas de Minas Gerais. 

A repórter conta que guardou esse tema por nove anos até ter a chance de produzi-lo. Já o projeto #Uma porUma nasceu em janeiro de 2018 com o intuito de mapear todas as mortes de feminicídio no estado de Pernambuco ao longo desse ano. Ele é encabeçado por jornalistas do Jornal do Commercio de Pernambuco. Hoje conta com 29 profissionais envolvidos, desde cientistas de dados até design gráficos que auxiliam nas ilustrações dos casos e na construção do site.  As quatro jornalistas relataram os desafios de produção das reportagens em ambos os projetos. Segundo Carolina, editora da matéria “As Meninas de Minas”, o maior desafio foi não entrevistar as crianças exploradas sexualmente. Durante a apuração, ela sentiu certa estranheza ao não ter os relatos das vítimas no texto, mas depois de toda a reportagem concluída viu que esse era o seu grande diferencial humanizador, pois entrevistá-las seria fazer com revissem esse trauma e suas dores. Um debate surgiu a respeito da exposição dos rostos e cenas dos crimes de feminicídio no projeto #UmaPorUma, e as jornalistas chegaram ao consenso de que seria importante trazer essas informações. Para Ciara, a cena do crime diz muito sobre o motivo das mortes dessas mulheres, por isso optaram por utilizar ilustrações no lugar dessas imagens. Já a foto de identificação das vítimas no site do projeto é escolhida junto com a família, num processo de resgate da memória e da história daquela pessoa. Uma das questões trazidas durante o debate na palestra, foi sobre a questão do envolvimento entre o jornalista e uma pauta. A opinião de Amanda é que esse envolvimento é inevitável, porém ela destaca que durante a apuração sobre exploração sexual infantil, tentou se distanciar um pouco para que conseguisse extrair informações importantes dos caminhoneiros, que por muitas vezes são agentes participativos da exploração. Se não tivesse mantido essa postura, talvez não conseguisse informações cruciais para a reportagem. “Eu fui com nível de concentração e uma carga de responsabilidade muito alta”, conta Amanda. No entanto, durante a produção, ela se deparou com uma frase, dita por uma prostituta, que a tocou muito “você podia fazer matéria aí, né? Matéria de tirar a gente daqui”, repetiu a jornalista com a voz embargada, “isso mostra que elas não estão ali necessariamente porque querem”, completa. Já para Ciara, o envolvimento é necessário e inevitável numa pauta que exige sensibilização. A humanização no jornalismo, tema do debate, pode variar dependendo da pauta e seu contexto. Mas um fator comum, que foi trazido na fala de Amanda, traduz o que um projeto de jornalismo humanizado precisa defender: “as pessoas vêm antes das histórias”. Carolina destacou que com preparação, a abordagem humanizada vai se tornando natural e, especificamente para cobertura de temas relacionados a mulher, indicou o manual de redação do Think Olga.. Ciara sintetiza essa trajetória, intitulando esse jornalismo como de guerrilha, “no sentido mais verdadeiro de transformação” e completou mais tarde “deixar de fazer é não existir e não há essa opção”.



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