Ter azeitonas, que vem de um clima mediterrâneo na Chapada Diamantina e no coração da Bahia, não faz sentido, mas tem. Esse é o sonho realizado do empresário francês, Didier Chinchila, que chegou na cidade em 1979, quando ainda tinha 20 anos de idade. Em entrevista para o Bahia Rural na última semana ele contou que após cerca de 11 anos, quando as primeiras mudas foram levadas para a região, não se acreditava muito, mas resolveu apostar. “Senti um clima diferente, que me lembrava muito as regiões do sul da França. Uma sensação física que eu não estava no Brasil tropical, úmido, da costa, do dendê. Eu estava em um outro mundo, que é a Chapada Diamantina", relembra o empresário. Didier Chinchila montou uma cooperativa com familiares e amigos franceses, que decidiram investir no projeto, pois cultivar oliveiras envolve custos altos e investimento em conjunto. As oliveiras são árvores que levam 8 a 15 anos para aprofundar as raízes, maturar e frutificar. Dos 7 mil hectares comprados pela cooperativa, apenas três hectares foram cultivados com oliveiras.
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A colheita este ano está sendo improvisada, os 500 pés de oliveiras devem render cerca de 5 toneladas do fruto. A 1.200 metros de altitude, a Fazenda está localizada em uma região onde estão os maiores picos da Bahia: o Itobira, o Pico das Almas, e o Barbado. Além de cultivar as azeitonas, os donos da fazenda cultivam manga, maracujá e a tangerina. Para o futuro, o produtor Didier Chinchila sonha alto. “Investir nesse plantio para produzir, o ano que vem, o azeite. O primeiro azeite da Bahia, azeite de oliva e não de dendê. Isso é símbolo de um potencial de desenvolvimento dessa região que precisa ser trabalhada com inteligência e com os poderes públicos”, revela.
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