Movimentos sociais, sindicais, trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil realizaram grande ato hoje (24) em Brasília por Diretas Já e Fora Temer, movimento que foi chamado de Ocupa Brasília. Manifestantes caminharam pela cidade em direção ao Congresso Nacional contra o governo de Michel Temer e as reformas da Previdência e Trabalhista, que tramitam na Câmara e no Senado. As manifestações contaram com o apoio e solidariedade dos parlamentares da oposição, dentre eles, o deputado federal Waldenor Pereira (PT-BA), que caminhou junto ao povo na chegada à Praça dos Três Poderes. “Estamos indo ao encontro dos companheiros e companheiras de todo o Brasil, que se destinaram até Brasília, para ocupar a capital federal pedindo a renúncia do presidente golpista e ilegítimo Michel Temer, para garantir Diretas Já!", relatou o deputado diretamente do meio do povo. Waldenor declarou ainda ser muito emocionante estar de volta às ruas da capital brasileira ao lado dos companheiros congressistas para lutar pelo reestabelecimento da democracia.
REPRESSÃO - O governo reagiu às manifestações com repressão e violência, impedindo que a frente do Congresso Nacional fosse ocupada pela população. Policiais reprimiram o movimento que estava ocorrendo de forma pacífica até então com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de borracha, deixando muitos dos manifestantes feridos. Em edição extraordinária do Diário Oficial, o presidente Michel Temer publicou decreto autorizando a intervenção do exército nas ruas da capital brasileira. A notícia foi recebida com críticas e preocupação por parte de especialistas e juristas do país, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Mello, que afirmou "estar preocupado e torcer para que essa notícia não seja verdadeira", durante julgamento que ocorria na Suprema Corte. Dentro do Plenário Ulisses Guimarães, os deputados da oposição ocuparam a mesa da Presidência da Câmara em protesto, pedindo a renúncia de Temer e obstruindo as pautas de votações, após o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmar a informação de intervenção das forças armadas na repressão ao movimento popular nas ruas. "Nós, enquanto democratas, não podemos aceitar isso de maneira alguma. Essa atitude do presidente da Casa, que redigiu o decreto, não é prevista nos regimentos da Câmara e são caracterizaras claras de um estado de sítio, um estado de exceção. Por isso, estamos nos retirando do plenário", afirmou Waldenor, que junto com os parlamentares dos partidos de oposição, deixou o Congresso Nacional em protesto.