A cada ano que passa a seca na região do semiárido baiano é cada vez mais intensa, com longos períodos sem qualquer precipitação pluviométrica. A esperança como se diz na região é a “época das águas”, que compreende o período de novembro a março, mas, os fenômenos climáticos que se acentuaram na última década como o El Niño e, agora, La Niña, vêm provocando uma variação térmica inédita, que poderá trazer graves consequências para a vida dos moradores, já que as chuvas estão ficando cada vez mais escassas. Com isso o déficit hídrico de inúmeras cidades vem aumentando, já que o solo vem retendo cada vez menos água e, com isso, as temperaturas vêm sendo cada vez mais altas. Existem, inclusive, teses defendidas por alguns geólogos que esta região, a qual Brumado está inserida, irá desertificar nas próximas décadas, caso os períodos chuvosos não voltem à normalidade de outrora. Este mês de janeiro de 2017, onde se esperavam médias pluviométricas de até 80mm, muitas das cidades não tiveram sequer uma gota de chuva como é o caso de Brumado, que já está convivendo com uma situação muito crítica na zona rural, onde os clamores pelo precioso líquido só vêm aumentando. A sorte de muitos é que a Barragem de Rio de Contas restabeleceu o limite máximo do seu reservatório em dezembro, mas, caso o índice pluviométrico seja menor do que 2016, existem riscos de desabastecimento a partir do segundo semestre do ano para Malhada de Pedras e outros municípios que são servidos pelos sistemas adutores, sendo que Brumado também não estaria livre de sofrer uma forte queda no abastecimento. Estudos já apontam que este mês de janeiro é o mais seco do século e, pelas previsões dos institutos meteorológicos, essa tendência pode mesmo ser confirmada, já que a possibilidade de chuvas é praticamente nula até a próxima terça-feira (31). Quem mais sofre com essa situação são os moradores do meio rural, o que pode provocar um novo êxodo, que com a falta de emprego e renda nas cidades, poderá tornar ainda maior o desafio do equilíbrio social.