Sinal dos Tempos: Janeiro de 2017 pode ser um dos mais secos da história em várias cidades da região

Janeiro foi de forte calor em Brumado que registrou sempre temperaturas acima dos 30 graus (Fotomontagem: 97NEWS)

A cada ano que passa a seca na região do semiárido baiano é cada vez mais intensa, com longos períodos sem qualquer precipitação pluviométrica. A esperança como se diz na região é a “época das águas”, que compreende o período de novembro a março, mas, os fenômenos climáticos que se acentuaram na última década como o El Niño e, agora, La Niña, vêm provocando uma variação térmica inédita, que poderá trazer graves consequências para a vida dos moradores, já que as chuvas estão ficando cada vez mais escassas. Com isso o déficit hídrico de inúmeras cidades vem aumentando, já que o solo vem retendo cada vez menos água e, com isso, as temperaturas vêm sendo cada vez mais altas. Existem, inclusive, teses defendidas por alguns geólogos que esta região, a qual Brumado está inserida, irá desertificar nas próximas décadas, caso os períodos chuvosos não voltem à normalidade de outrora. Este mês de janeiro de 2017, onde se esperavam médias pluviométricas de até 80mm, muitas das cidades não tiveram sequer uma gota de chuva como é o caso de Brumado, que já está convivendo com uma situação muito crítica na zona rural, onde os clamores pelo precioso líquido só vêm aumentando. A sorte de muitos é que a Barragem de Rio de Contas restabeleceu o limite máximo do seu reservatório em dezembro, mas, caso o índice pluviométrico seja menor do que 2016, existem riscos de desabastecimento a partir do segundo semestre do ano para Malhada de Pedras e outros municípios que são servidos pelos sistemas adutores, sendo que Brumado também não estaria livre de sofrer uma forte queda no abastecimento. Estudos já apontam que este mês de janeiro é o mais seco do século e, pelas previsões dos institutos meteorológicos, essa tendência pode mesmo ser confirmada, já que a possibilidade de chuvas é praticamente nula até a próxima terça-feira (31). Quem mais sofre com essa situação são os moradores do meio rural, o que pode provocar um novo êxodo, que com a falta de emprego e renda nas cidades, poderá tornar ainda maior o desafio do equilíbrio social.