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Fim da internet neutra pode criar distorções e estimular 'fake news'

Foto: Reprodução

Uma visão distorcida do mundo pode surgir em breve na tela de computadores, tablets e celulares americanos. Depois da revogação das leis que protegiam a chamada neutralidade da internet, em dezembro, o Vale do Silício e consumidores do país se preparam para enfrentar uma era em que a via expressa da informação corre o risco de se tornar uma viela cheia de pedágios e pistas enganosas. "Estou decepcionada e horrorizada. Estamos entregando essa infraestrutura coletiva nas mãos do monopólio burocrático que são as companhias de telefone e de televisão a cabo", diz Lisa Gansky, uma das maiores investidoras de empresas de tecnologia na Califórnia. "É o começo do fim da internet." O medo é que as empresas, que em tese ficarão livres para cobrar taxas de sites para que seu conteúdo apareça mais ou de forma mais veloz, possam moldar a experiência de quem usa a rede para ler notícias, fazer compras e ver filmes e programas de TV - ou seja, quase todo mundo. Desde que a internet surgiu, na década de 1990, provedores do serviço não podiam priorizar um site em detrimento de outro - o cliente pagava um preço para acessar a rede e via o que quisesse com a mesma qualidade. Há três anos, no governo de Barack Obama, os Estados Unidos aprovaram uma lei para preservar essa proteção, mas a medida acaba de ser anulada pela administração de Donald Trump, que vem prometendo desregulamentar setores da economia desde sua corrida para ocupar a Casa Branca.

Comsequências

Mas nada até o momento tem o poder de fogo do fim da neutralidade da rede, decisão que pode aprofundar a polarização ideológica do país e abrir um precedente perigoso para o resto do mundo —teles brasileiras, por exemplo, já tentam negociar uma mudança das regras.
"Enquanto o mundo caminha para defender a neutralidade da rede, os Estados Unidos vão na contramão", diz Joacim Tag, pesquisador do Instituto de Economia Industrial, em Estocolmo.
Nos EUA da internet controlada, as "fake news" poderão crescer e se multiplicar em ritmo ultraveloz, já que qualquer empresa de mídia vai poder pagar para fazer seu conteúdo aparecer mais ou ser até bloqueada em lugares onde a companhia dona da banda larga não concorda com sua visão política.
"É um retorno a uma economia velha. É uma tentativa de controlar informação que vai além das 'fake news'. Virou um esforço para moldar a realidade", diz Gansky.
Embora a briga esteja longe do fim, com processos se acumulando na Justiça para tentar reverter a decisão da agência que regula as telecomunicações nos Estados Unidos, o clima é de apreensão.
Num mercado concentradíssimo, dominado por empresas como Comcast, AT&T e Verizon, especialistas não descartam a possibilidade de ver surgir um panorama limitado de informações, em que a visibilidade de uma notícia está atrelada aos interesses econômicos dos provedores.
"Vamos ver um quadro distorcido no lugar do que vemos agora", resume Nicholas Economides, um pesquisador da neutralidade da rede na Universidade de Nova York.
"Empresas de mídia vão pagar para aparecer mais enquanto outras vão ficar em desvantagem. É uma complicação séria para a disseminação da informação", acrescenta. "E mesmo que essa seja uma decisão dos americanos, ela pode ter um impacto mundial, já que muitos países imitam nossa legislação."

Vale do Silício

O fim da internet neutra também pode estancar o crescimento do Vale do Silício. Pequenas empresas, como aplicativos de comércio on-line, vão ter mais dificuldade para acessar consumidores se tiverem de pagar essa espécie de pedágio a provedores.
Enquanto a indústria da tecnologia floresce a todo vapor na Europa –a Finlândia debate classificar o acesso à internet como um direito humano e a Estônia pôs todo seu governo on-line— e em países emergentes, como México, Índia e Nigéria, a Califórnia corre o risco de virar um deserto para os tipos criativos.
"Não foi Deus quem decidiu que os Estados Unidos seriam os líderes tecnológicos do planeta. Isso tem a ver com nossa política. Se mudam as regras, podemos pôr tudo a perder", diz Benjamin Hermalin, da Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Esse risco, aliás, joga luz sobre modelos alternativos de regular esse mercado. O Reino Unido, por exemplo, proíbe que as empresas donas da infraestrutura da banda larga, como os cabos de fibra óptica, sejam as mesmas a explorar esses serviços, o que garante maior competição.



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