Contra tese de Temer, PMDB lança candidatos

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A bancada do PMDB na Câmara acabou por se tornar um problema para o presidente em exercício Michel Temer na sucessão do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou à presidência da Casa na quinta-feira. Cinco deputados da legenda já apresentaram suas candidaturas ao partido a despeito de o Planalto trabalhar por um nome de consenso entre o Centrão (bloco que inclui 13 partidos) e a antiga oposição (PSDB, DEM, PSDB e PSB). O governo espera que o candidato, provavelmente Heráclito Fortes (PSB-PI) ou Rogério Rosso (PSD-DF), unifique a base. Mas o PMDB, no entanto, está indo na contramão dessa estratégia. Dos cinco, dois já protocolaram suas candidaturas, caso de Marcelo Castro (PI) e Fabio Ramalho (MG). Outros três comunicaram que vão disputar: Carlos Marun (MS), Sergio Souza (PR) e Osmar Serraglio (PR). A orientação é de que eles viabilizem seus nomes com as outras forças políticas da Casa. A expectativa é de que seja fechada questão em torno do nome em reunião por ora agendada para a manhã de terça-feira. “A decisão que a maioria tomar será a que eu defenderei”, disse ao Estado o líder da bancada, Baleia Rossi (SP). Para integrantes da legenda, diante da pulverização de candidaturas, o partido também tem o direito de reivindicar a vaga. Ainda mais por ser a maior bancada da Câmara, com 66 deputados. No entanto, por trás das candidaturas, há a necessidade de parte do grupo demonstrar insatisfação com o governo Temer por demandas represadas, como a não indicação de cargos de segundo e terceiro escalões e o baixo índice de liberação de emendas parlamentares. Foi nesse contexto que o governo sofreu a primeira grande derrota do governo Temer. Na quarta-feira passada, quando a Câmara rejeitou o requerimento de urgência para a votação do projeto de renegociação das dívidas dos Estados. Dentre os peemedebistas, 37 votaram a favor do governo, houve 21 ausentes e oito votaram contra a proposta. Por quatro votos, o projeto foi rejeitado.