Lídice não é pré-candidata da base aliada, diz deputado Marcelo Nilo

Ainda lutando para não ser desvinculada da base do governador Jaques Wagner, a senadora Lídice da Mata (PSB) voltou a ser alvo de críticas de aliados do governo que apontam a candidatura dela como de oposição ao atual comando do Palácio de Ondina.

A posição de algoz de Lídice coube ontem ao presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), que se apresenta como pré-candidato ao governo em 2014 e, portanto, é adversário direto da postulação da senadora. O comentário do pré-candidato pedetista ao governo emergiu durante entrevista à rádio Metrópole. Segundo Nilo, apenas duas candidaturas postas podem ser consideradas da base aliada do governador. “As candidaturas da base do governo estão resumidas à de Marcelo Nilo, do PDT, e a do PT. Lídice não é da base”, frisou. Para ele, há uma decisão irreversível que torna a senadora uma candidata de fora do arco de alianças liderado por Wagner.

“A senadora Lídice da Mata já decidiu que é candidata, vai apoiar Eduardo Campos, vai sair candidata e vai sair do governo”, previu Nilo. O argumento para a exclusão de outros postulantes ao governo estadual também atingiu o vice-governador, Otto Alencar, porém de maneira branda. “O vice-governador Otto Alencar já decidiu que é candidato a senador”, assegurou o presidente da Assembleia, reiterando o posicionamento público de Otto.

Se o ataque não veio do flanco petista, a defesa veio do correligionário dela, deputado estadual Capitão Tadeu. Sem meias palavras, o socialista rebateu Nilo e profetizou: “Eu vejo a senadora Lídice como governadora no ano que vem”. Em defesa de Lídice – afastada do cenário político temporariamente por questões pessoais –, Capitão Tadeu manteve o tom provocativo. “Lídice sempre foi da base do governo, sempre participou da governança. Como é que ela agora vai ser de oposição? Não faz sentido”, avaliou o socialista, atualmente único representante do PSB no Legislativo estadual. Para ele, esse cenário da senadora como parte da oposição é “fruto da imaginação do deputado Marcelo Nilo”. “O deputado acha que assim Lídice vai cair nas pesquisas e ele vai subir. Isso não vai acontecer”, avisou.

Na avaliação do parlamentar do PSB, a dirigente estadual da sigla reúne as condições para ser uma forte candidata ao governo e, por isso, as conversas não devem ser cessadas. “Lídice é um bom nome. Na minha opinião é o melhor dos que estão postos. Num eventual segundo turno com a oposição, quem é que o PT vai apoiar?”, divagou Tadeu.

Apesar de reiteradas vezes repetir, como num mantra, que é candidato ao governo do estado, o deputado Marcelo Nilo (PDT) passou a dar sinais que pode não manter a postulação até o fim – ainda que o tenha feito nas entrelinhas. “Se eu não conseguir me viabilizar, eu sento com o coordenador do time, que é o governador Jaques Wagner; se o governador apresentar uma proposta política ao PDT, eu sento com o partido e nós decidimos”, sugeriu Nilo, também durante entrevista à rádio Metrópole.

Ainda assim, na fala oficial, longe da pressão da imprensa, ele reafirma ter um único objetivo. “Eu não sou candidato a vice-governador. Eu não quero ser vice-governador, porque vice não tem tinta na caneta. Não quero ser senador. Ser candidato a governador depende exclusivamente do meu partido”, apontou o pedetista.

Ao admitir a possibilidade de negociação com o governador, porém, Nilo deu brechas para o plano B do PDT. “Agora, se o governador não apresentar nenhuma proposta política ao PDT, minha candidatura será mantida até para ter dois, três, quatro ou cinco candidatos. A minha candidatura pertence ao partido e, principalmente, ao povo. Se o povo da Bahia não quiser que eu seja governador, eu vou sentar com o governador e ele vai apresentar uma proposta”, sinalizou o pré-candidato da sigla, reiterando, entretanto, que: “Eu quero ser governador da Bahia porque eu acho que estou preparado para ser governador por diversos fatores”.

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