Bell Marques assina TAC com MP e muda letra de 'Cabelo de Chapinha'

Bell Marques (Foto: Fábio Cunha/Divulgação)

Bell Marques assinou nesta segunda-feira (14) um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) e mudou a letra da música de trabalho, "Cabelo de Chapinha". A composição de Felipe Escandurras, Fagner e Gileno causou polêmica nas redes sociais sob acusação de racismo. A música foi lançada no Carnatal no início do mês de dezembro. Após as críticas, o cantor chegou a se posicionar em sua página oficial no Facebook. Uma das promotoras do caso, Márcia Teixeira, que também é coordenadora do grupo de Atuação em Defesa das Mulheres e Defesa LGBT (Gebem/ LGBT) relatou como o cantor procurou o MP. "Rapidamente essa música foi lançada e começaram a surgir várias manifestações nas redes sociais. Nós printamos as denúncias e realizamos um procedimento preparatório de investigação. Na sexta-feira (11), o advogado de Bell nos procurou a pedido dele, informando que Bell tinha interesse de conversar com o Ministério Público, porque nem ele, nem os compositores tinham interesse em fazer qualquer conteúdo discriminatório”, relatou a promotora. Márcia ainda esclareceu os detalhes do TAC. "Nossa proposta foi que a música fosse trabalhada em uma nova versão, o que eles acolheram imediatamente. Outra proposta foi que eles produzissem, durante o carnaval 2016, um material através de ventarolas [abanador de papel] e plotagem do trio elétrico, que promovesse uma campanha de combate ao racismo e violência contra as mulheres", explica. "Depois do carnaval, eles devem fazer materiais de combate ao racismo também. Toda essa campanha será divulgada nos meios de comunicação. Além disso, Bell ofereceu um espaço no trio dele para que um representante do MP, que integra o Observatório do Carnaval [centro onde o público pode fazer denúncias de racismo, casos de desrespeito, homofobia e violência contra mulher], trabalhe durante a festa, e assim termos um observatório móvel. Este último não está na TAC, foi uma proposta de Bell", completou a promotora. Por meio de nota, o ex-vocalista da banda Chicleta com Banana informou que foi dele a iniciativa de procurar o MP e que, junto aos compositores, decidiu fazer modificações para assegurar que nenhuma mulher se "sentisse desrespeitada". Na nova versão, o refrão diz: "Ô, mainha, eu também gosto de cabelo de chapinha, mainha". Na versão original, a música dizia: "Ô mainha, mas eu só gosto do cabelo de chapinha, mainha". G1 Bahia