Brumado: SindCargas faz grave denúncia contra grande empresa do ramo de transportes

O motorista procurou o SindCargas para buscar uma solução para a situação que ele classificou como muito grave (Foto: Marcos Paulo / 97NEWS)

O 97NEWS teve acesso a uma situação grave, que foi apresentada pelo SindCargas - Sindicato dos Trabalhadores em Transportes de Cargas do Estado da Bahia, que relata a situação de um motorista de 54 anos, com mais de 30 anos de profissão, que há cerca de 4 meses veio para trabalhar numa grande empresa de transportes que tem a sua sede em Brumado, mas que, não resistindo a situação de exploração, acabou procurando o sindicato para buscar as autoridades competentes para que a justiça possa ser feita. O motorista foi ouvido e o relato é chocante, pois, segundo ele a empresa chega às raias da prática da escravidão, cobrando até a carga que cai do caminhão nas viagens. “É um absurdo sem tamanho, pois até a soja que cai da granulatória é cobrada de nós motoristas. Eu já cheguei a passar 5 dias sem comer, porque eles prometem que vão fazer o depósito das nossas diárias, mas não fazem, então vamos para a estrada sem dinheiro” relatou o motorista que ainda destacou que “vamos supor que uma viagem saia R$ 5 mil, se o pneu furar é descontado, se houver uma quebra mecânica também é cobrado; quer dizer a gente, muitas vezes, acaba pagando para trabalhar. Isso acontece com todos os motoristas dessa empresa, só que eles têm medo de denunciar porque recebem muita pressão, mas eu não suportei mais, pois estou passando grandes dificuldades e quero os meus direitos sejam respeitados. Estou passando grandes privações”. Ele ainda disse que “os motoristas quando vão viajar tem vergonha de citar que trabalham nesta empresa brumadense, que já está ganhando uma má fama nacional, pois a situação de descaso e de afronta aos direitos trabalhistas de seus empregados já é muito conhecida no ramo”. Questionado sobre quais serão as atitudes tomadas, o motorista, juntamente com os membros do SindCargas afirmaram que “vamos buscar os órgãos competentes, Ministério Público, Justiça do Trabalho e Ministério do Trabalho para apresentar as denúncias documentadas no objetivo de que a justiça seja feita, pois já são várias denúncias graves que estão chegando até nós de funcionários desta empresa que ao invés de dar bom exemplo, vem cometendo esse verdadeiro descalabro com seus funcionários, o que pode ser classificado até como um regime de quase escravidão, porque são feitas ameaças e hostilidades para que não haja as denúncias, mas essa situação revoltante que dura mais de dez anos, agora, vai acabar, porque vamos lutar com todas as nossas forças nesse sentido”.