Feliciano: se ensinam Darwin, que ensinem Moisés nas escolas

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Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) discute com a sociedade o ensino religioso, tramita na Câmara um projeto para inserir o ensino do criacionismo na grade curricular obrigatória. Uma Ação Direta da Procuradoria-Geral da República quer que o Supremo reconheça que a disciplina ensino religioso não esteja vinculada a uma religião. Na audiência pública, realizada neste mês em Brasília, a Confederação Nacional do Trabalhadores em Educação defendeu que a escola não pode privilegiar o ensino de uma religião. Até a Igreja Universal manifestou opinião contrária à disciplina em escolas públicas em nome da natureza laica do Estado. Do outro lado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil defende que ensino religioso possa ser confessional sem que isso signifique doutrinação religiosa, o que, na prática, pode ser mais difícil de executar. O deputado Pastor Marco Feliciano (PSC - SP), por exemplo, tem um projeto de lei que propõe inserir conteúdos sobre o criacionismo na grade curricular das escolas públicas e privadas. A crença prega que toda a vida na Terra foi criada por um ser supremo e é aceita por diferentes religiões. Apesar de defender que religião é história e cultura também, o deputado fala em crença e deixa claro, em entrevista exclusiva aoTerra, que seu objetivo com a proposta é que as crianças voltem a acreditar que o universo não é uma criação do acaso, mas de um "arquiteto perfeito".