População negra tem menos anos de estudo, maiores taxas de analfabetismo e menos acesso ao ensino superior, aponta IBGE

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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgou, nesta sexta-feira (22), uma publicação especial sobre educação. O estudou apontou que brasileiros negros têm menos anos de estudo, maiores taxas de analfabetismo e menos acesso ao ensino superior. Dentre os dados que revelam as desigualdades raciais na educação, a que mais se destaca é a média de anos de estudo. Em 2023, pessoas brancas registraram uma média de 10,8 anos de estudo, enquanto negros, 9,2 anos. A diferença no total é de 1,6 ano e ainda teve uma queda desde 2016, quando a variação era de 2 anos. Os dados apontam também que a desproporção começa a surgir no ensino médio. Entre a população negra de 15 a 17 anos, 71,5% estudam ou já concluiram o ensino médio. Já entre os brancos, a proporção é de 80,5%. Segundo a pesquisadora do IBGE Adriana Beringuy, oabandono escolar começa a ficar mais forte a partir dos 15 anos, que é quando os adolescente, muitas vezes, precisam parar de estudar em função do trabalho. A quantidade de brancos com mais de 25 anos que haviam concluído o ensino médio em 2023 era de 61,8%. Já quando se trata de negros, a porcentagem é de 48,3%. Outra informação relevante é a taxa de analfabetismo. Os negros tinham uma taxa de 7,1% em 2023, mais do que o dobro observado na população branca (3,2%). Entre pessoas com mais de 60 anos, a diferença é ainda maior: 22,7% para os negros e 8,6% para os brancos.