Brumado: Professora e intérprete fala sobre a importância das aulas de Libras no ensino público

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Com mais de 11 anos dedicados ao ensino das Libras - Língua Brasileira de Sinais, a professora Kátia Quelle Ferreira vive e respira os cuidados de quem preza pelo direito da inclusão social para todos na comunidade surda em Brumado. Em entrevista ao site 97NEWS ela conta que a necessidade em aprender a língua surgiu quando um aluno queria interagir com as aulas da escola, mas ela não dominava os sinais. "A gente tinha as oficinas complementares dentro da escola, eu atuava junto ao curso de xadrez e o coral. E eu tive um aluno que era surdo no público, mas eu não dominava a língua, e o intérprete não poderia ficar no turno de minhas aulas, e ele queria aprender o jogo do xadrez. Então não tive alternativa ao não ser buscar acessibilidade. E dai foi quando eu comecei a entender que inclusão é de atitude", destaca Kátia Quelle. A intérprete afirma que começou a estudar Libras por conta própria e com a ajuda do aluno. Mas a formação foi necessária. "Meu primeiro curso na língua de sinais foi na própria escola, e a gente tem até hoje, Brumado é pioneira no ensino com a professora Sinara que atua no núcleo de educação do município e também continua com o curso de Livras na associação Apdemb, a qual eu faço parte. Dai pra frente fui buscando mais conhecimentos com mais cursos e aprofundando no assunto e fiz faculdade e me especializei e hoje atuo na formação, alfabetização do surdo e também do ouvinte na língua de sinais", disse. 

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Apesar dos avanços na cidade de Brumado, a professora acredita que é preciso mais investimentos. "Eu busquei por conta própria o meu conhecimento, mas é preciso inserir mais a inclusão na rede pública de educação. A língua de sinais é uma comunidade atuante que busca a inclusão, o ensino bilíngüe, hoje temos algumas leis de regulamentação onde a língua é reconhecida, mas não é valorizada, tem pouca difusão, mas a gente espera que isso aconteça, que os governantes e as pessoas tenham interesse", declarou. Por fim a intérprete lembra que é necessário a inserção da Libras como uma segunda língua. “A nossa campanha é que desde os pequenininhos, desde a escola básica a Libras seja ofertada como uma segunda língua, porque é da comunidade brasileira. Os surdos fazem parte da comunidade, então em algum momento você vai encontrar um surdo, seja vendendo um produto ou em atendimentos nos setores público. E ai como a comunidade recebe as pessoas de maneira mais igualitária?".