Lei que transforma acarajé em patrimônio cultural do Rio de Janeiro revolta baianos

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O governo do Rio de Janeiro divulgou na última semana, que o acarajé se tornaria patrimônio histórico e cultural do estado. Conhecido por ser uma comida típica associada a Bahia, a decisão teve repercussão nas redes sociais, onde baianos questionaram o motivo pelo qual o bolinho de feijão se tornaria "carioca". "Que palhaçada é essa? Acarajé é da Bahia!" e "A produção e a comercialização do acarajé agora são patrimônios de valor histórico e cultural do Estado do Rio de Janeiro. Daqui a pouco o ‘oxe’ vira sudestino", foram algumas das mensagens publicadas por internautas. A criação de uma lei que torna a produção e a comercialização do acarajé patrimônios de valor histórico e cultural do Estado do Rio de Janeiro, na semana passada, não agradou os baianos e tradicionalistas. No domingo (29), a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam) publicou uma nota em seu perfil no Instagram. "Embora a associação direta e legítima seja baiana, o acarajé está presente há muito tempo na paisagem do Rio, é uma invenção do povo negro, africano, que está em toda parte do Brasil, tendo grande importância, sobretudo para a população negra local de cada região". A comida típica chegou ao Brasil através dos africanos escravizados e se consolidou no estado mais negro do Brasil, a Bahia. Segundo o site G1, após diversos estudos, em 2004 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entendeu que o acarajé é "o alimento emblemático do universo dos saberes e modos de fazer das baianas do tabuleiro". Por isso, o instituto decidiu tornar o ofício das baianas de acarajé em Salvador como patrimônio cultural brasileiro.