Afastamento de bancários por doenças psicológicas salta de 30% para 57%

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Uma pesquisa realizada no Brasil mostra que 57,1%  dos afastamentos de bancários, em 2022, ocorreu por problemas de saúde mental e comportamental. Em 2012, esse índice representava 30% dos casos. Em entrevista ao site 97NEWS, o Presidente do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, Leonardo Viana, afirmou que essa vem sendo uma realidade da categoria, inclusive no interior. "Essa é uma situação que a gente vem constatando aqui na região. A gente tem observado que toda vez que passamos por uma agência ta faltando um colega que se afastou para realizar tratamento de saúde, seja na questão psicológica ou emocional", disse. Outro dado importante mostra que em 2012, 48% dos afastamentos eram questões osteomusculares: tendinite, bursite, doenças relacionadas ao fato de digitar muito e rápido. Em 2022, as doenças são síndrome do pânico, depressão e ansiedade, uma série de questões ligadas a forma como o trabalho está organizado e como as metas são cobradas. "Nós somos 1% da população economicamente ativa do país, somos em torno de 400 mil bancários no Brasil. E nosso índice de afastamento era em torno de 30%, e agora subindo para 57%. São conseqüências que a gente vem denunciando por contra do cumprimento de metas, demissões em massa, aumento na demanda de trabalho e outras situações que trazem conseqüências graves para o bancário", afirma. Uma situação muito comum vem sendo registrado entre a categoria que o uso de medicamentos. "Uma pesquisa anterior a essa que a gente participou, revela que quase a totalidade dos bancários está usando ou conhece algum colega que usa medicamentos para tratamento psicológico", diz. Por fim, Viana pediu que "as instituições financeiras cumpram seu papel social e que tenhamos políticas públicas para enfrentar esse grave problema, que atinge toda a sociedade, isso inclui maior investimento na saúde, diminuição da jornada e atendimento adequado para os trabalhadores".