Desde que começou o Censo Demográfico 2022 em Brumado, vários recenseadores já desistiram do cargo após 10 dias do início da coleta realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em entrevista ao site 97NEWS, umas das recenseadoras que pediu para não ser identificada relatou que os problemas em Brumado são os mesmos apontados por colegas de todo o Brasil que preparam um movimento de paralisação para o dia 1º de setembro (veja aqui) sob a alegação de atrasos de pagamentos e falta de condições de trabalho. "Eu tenho 17 dias que terminei meu setor e não recebi um centavo por isso. Não temos ajuda de custo para alimentação. Estamos realizando funções que seriam dos supervisores, eles [IBGE] não foram cinseros conosco", afirma. Recenseadores, como está no edital, trabalham por produtividade, sem direito a alimentação e transporte, apenas ajuda de custo. "Tem recenseador que tá passando fome na rua, porquê não tem dinheiro pra comprar o lanche. E outra, tem colegas nossos que coletam os dados na zona rural, e eles usam os seus veículos, mas com a gasolina deles", diz. A jovem reclama das informações confusas repassadas para os aprovados no concurso do Censo 2022. "Não foi passada a tabela exata de quanto vão valer as coisas, eles estão pagando a tabela de 2010. Ou seja, numa casa com três moradores, nós recebemos cerca de R$ 5. Mas se tiver menos do que isso, o valor é menor que R$ 2. Fiz uma prova, paguei por ela, inicialmente achava que deveria voltar numa casa umas quatro vezes e, pronto, estaria finalizado, mas agora sabemos que não pode ter mais de 5% de pendência [ausência com recusa]. Cheguei no meu limite, físico e psicológico", afirma.