Brumado: Sacerdote afirma que vem sofrendo ameaças, mesmo após decisão favorável da Justiça

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

A Sociedade Floresta Sagrada Alto de Xangô e o Centro Cultural Alto de Xangô, ambos situados no bairro Feliciano Pereira Santos, às margens da BA-148, em Brumado, vem sendo alvo de ataques desde 2017. Entretanto, nos últimos meses, esses ataques se intensificaram após uma decisão na Justiça, a qual devolveu o uso do solo a entidade religiosa. Na defesa, dois supostos proprietários questionaram na justiça que os terrenos fazem parte da antiga Fazenda Apertado do Morro, atualmente, bairro Apertado do Morro. "Os fazendeiros abriram loteamento na Fazenda Santa Inês, que é da União, e justificam que essa área faz parte da fazenda particular deles, a Fazenda Apertado Morro. Mas a Fazenda Santa Inês nem fica perto da Apertado Morro", disse o sacerdote Dionata de Xangô. Na última segunda-feira (22), o babalorixá afirmou ainda que registrou o segundo Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia da cidade, para denunciar constantes ameaças que vem recebendo dos supostos proprietários. Segundo ele, os homens insistem em dizer que as terras são deles, mesmo a Justiça comprovando que a área é, na verdade, federal. "De início a Justiça acreditou neles e deu a decisão informando que a área era deles, mas a gente entrou com recurso, conseguindo provar que aqui não era área particular deles, que foi a decisão favorável que a Justiça deu para a gente no dia 20 de julho", explicou. As duas áreas citadas nos processos são de propriedade da União, sendo cedida a posse às referidas instituições religiosas há 20 anos, que utilizam o terreno sem qualquer oposição. "A Sociedade Floresta Sagrada Alto de Xangô e o Centro Cultural Alto de Xangô possuem alvará da Prefeitura de Brumado para funcionar, que é uma área de proteção ambiental. Eles [supostos donos] não possuem alvará para funcionar na região e abriram loteamento de forma ilegal", disse. Conforme Diona, um motociclista chegou a parar em frente ao templo religioso e realizar ameaças. "Eles param aqui olhando com a cara fechada. Ele também fica pegando na blusa como se tivesse com uma arma para assustar a gente. Um desses disse que eu ia amanhecer com a boca cheia de formiga se continuasse filmando as invasões e ameaças dele", afirmou. Conforme a Polícia Civil, diligências estão sendo realizadas para localizar o suspeito.