A população de cães e gatos cresce a cada ano na cidade de Brumado, Sudoeste da Bahia. Não há uma pesquisa sobre o quantitativo, mas estima-se que o número pode passar dos mil cachorros. No início desse mês, a Vigilância Epidemiológica do município chegou a cogitar que, com apoio de ONGs da cidade, esses animais seriam identificados e vacinados. No entanto, assim como no Brasil, que a perspectiva de abandono de animais assusta, em Brumado, a realidade não é muito diferente. Uma pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que existam no país mais de 30 milhões de animais nas ruas das cidades. Destes, 20 milhões são cachorros. Ainda em Brumado, um canil chegou a ser construído às margens da rodovia BR-030, próximo a antiga fábrica de cimento, entretanto, segundo às Organizações que defendem a causa na cidade, fica inviável o deslocamento e a manutenção do local.
Para o morador do bairro São Felix e criador de cachorros, sem o apoio da administração pública, a população de cães e gatos só aumentam. "As pessoas compram e adotam cachorros e se esquecem de que eles são seres vivos, não objetos. Por qualquer dificuldade que aparece na hora do convívio, abandonam os animais. Com a crise financeira afetando a todos, os donos soltam os cachorros na rua, porque não tem mais condições de cuidar", diz. O cuidador faz alerta para a importância da conscientização na hora de se criar qualquer tipo de animal. "O cuidado é complexo, é preciso que se leve no veterinário, os medicamentos são realmente caros, por isso criar um animal exige planejamento. As pessoas aceitam um ser vivo em casa, mas na primeira chateação soltam. Cão solto na rua gera problemas. Aumenta a leishmaniose, os riscos de acidente de trânsito, o risco de que os cachorros agridam pessoas, e até o número de atropelamentos dos cachorros cresce", ressaltou.
