Desabastecimento de medicamentos no país trás preocupação e farmácias básicas do Brasil já faltam remédios

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

O desabastecimento de medicamentos essenciais ao cuidado à saúde, em todos os níveis de atenção de todas as regiões brasileiras, é fruto de uma conjuntura que engloba diversos fatores como: descontinuidade da produção de alguns fármacos pela indústria para priorizar medicamentos com maior demanda gerada pela pandemia de Covid-19; disseminação de epidemias, notadamente de síndromes respiratórias e doenças virais; falta de matéria-prima, em decorrência da guerra na Ucrânia e do lockdown na China, que impacta tanto a fabricação do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), quanto a chegada ao país dos estoques já adquiridos, parados na origem pelo fechamento dos portos chineses. Toda essa situação gera um efeito cascata, dificultando o acesso aos fármacos que substituem aqueles com o abastecimento mais crítico. A falta de antimicrobianos, mucolíticos, anti-histamínicos e analgésicos, entre outros, nas farmácias, e de dipirona sódica, soro de reidratação, itens indispensáveis à analgesia em cirurgias, antimicrobianos e diuréticos em hospitais compromete o desfecho dos tratamentos prescritos e pode aumentar a ocorrência de complicações e de mortalidade nos estabelecimentos de saúde. Os riscos da escassez são inúmeros. É um cenário preocupante, porém, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) considera urgentes e necessárias medidas que possam mitigar o problema, como o incremento da produção nacional tanto de matéria-prima, quanto do produto acabado. Segundo o CFF, o Brasil tem pelo menos 18 laboratórios farmacêuticos oficiais, que estão subutilizados. Esse esforço deve envolver o setor público e todos os segmentos afetados, incluindo os conselhos profissionais e entidades de controle social.