Bahia: Número de falsos médicos cresceu durante pandemia

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O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) lançou esta semana a campanha “Cuidado: falso médico mata!”, para incentivar a denúncia de falsos médicos à Polícia e cobrar dos gestores um rigor maior na checagem de documentos durante a contratação. De acordo com a entidade, nos últimos meses, o número de médicos falsários no estado teve um aumento significativo. A maioria dos casos acontece em cidades do interior. De acordo com o presidente da Cremeb, Otávio Marambaia, a reincidência de médicos falsários demonstra uma falta de cuidado dos gestores com a saúde da população. "O gestor tem a obrigação de buscar saber se o profissional está regularmente apto para exercer a profissão -- o primeiro elemento é ver se está registrado no Conselho Regional de Medicina, e infelizmente temos pouca demanda dos gestores pela informação", afirma. O número de médicos falsários aumentou durante a pandemia, segundo o Cremeb, uma vez que a necessidade de contratação de médicos fez com que a oferta de trabalho fosse ampliada. Conforme a entidade, os casos acontecem principalmente em hospitais municipais. A campanha da entidade tem a intenção de alertar as pessoas para que elas identifiquem comportamentos, práticas, prescrições, e tratamentos que são fora do que elas estão acostumadas a encontrar normalmente. Além de pedir aos médicos que busquem saber se seus colegas são mesmo qualificados. Foi preso em flagrante na tarde de terça-feira (12), pela Polícia Civil, um falso médico que atendia no Hospital e Maternidade de Potiraguá, município no interior do Sudoeste baiano, que, ao receber a denúncia, checou os dados no site do Conselho e, diante a divergência entre dados e foto, prosseguiu com o encaminhamento da suspeita. De acordo com as informações da polícia, o falso médico formou-se em Medicina na Bolívia e, para atuar no município sem a devida revalidação oficial, utilizava o número do CRM e nome de um médico devidamente habilitado.