Diretor do Sindae afirma que licitação para tratamento da água e esgotamento sanitário de Brumado 'não é legal'

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Um disputa que inclusive já foi parar no Poder Judiciário, leva o prefeito de Brumado, o engenheiro Eduardo Lima Vasconcelos, a tentar privatizar o sistema de esgotamento sanitário (que não existe) e o tratamento da água, que atualmente ainda é distribuído pela Embasa. Em entrevista a imprensa brumadense e até mesmo em suas Lives semanais, o gestor sempre debate sobre o assunto, e garante que vai terceirizar os serviços na cidade. Em uma última fala do prefeito na rede social, ele destacou que o prazo final da Embasa seria o mês de março. Enquanto isso, a população se vê diante de um grande problema no qual já se prevê um "caos" na saúde pública. Nos últimos dias, vários casos de chikungunya começaram a surgir na cidade. Em um último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Município, cerca de 400 notificações foram realizadas, das quais, 140 deram positivo para a doença. Esta semana uma outra polêmica surgiu sobre o assunto da privatização do esgotamento sanitário e do tratamento da água. Em entrevista a Rádio Alternativa FM, o Diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto no Estado da Bahia (Sindae), Luís Giovani Andrade Santana, disse que o prefeito não conseguirá licitar os serviços em Brumado. "Os sistemas de saneamento não são isolados, eles são integrados. Se, por um lado, a captação é feita em Brumado, a distribuição é realizada em municípios da região. O sistema de cobrança de investimentos também leva em conta a região e não somente o município", afirmou. 

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Conforme o diretor, para que a privatização dos serviços aconteça em Brumado, será necessário o apoio de toda Micro Região. "Se o prefeito inicie o processo licitatório, o Governo do Estado ou o Sindae irão tomar uma atitude para barrar o trâmite na Justiça. É um processo claramente ilegal", diz. Embora seja verdade, ainda é preciso avançar bastante nos investimentos em saneamento básico de Brumado, mesmo com a proposta de privatização sugerida pelo município. Todos os avanços rumo à universalização, ou seja, levar água e esgoto tratado à população é muito caro, e sem subsídio público, todos os investimentos terão que ser repassados para tarifa, ou seja, o consumidor é quem paga a taxa mais cara. Além disso, são inúmeros os exemplos malsucedidos de privatização, onde gestores municipais entregam esses serviços para empresas desconhecidas e desqualificadas, que muitas vezes nunca operaram um sistema de abastecimento de água. Essas empresas desembarcam nos municípios fazendo grandes promessas de obras de melhorias, inclusive de redução da tarifa, mas com o passar do tempo não entregam o que prometem e ainda impõe a população aumentos tarifários insuportáveis.