Psicóloga Paula Machado aborda o tema: Sabemos lidar com as perdas

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O novo cenário mundial, do novo vírus da COVID-19, fez reverberar algo que esteve sempre presente, contudo, um grande tabu: a morte. Entretanto, citarei um ponto mais especifico dessa situação: o luto. E fica a questão do título, se sabemos lidar com as perdas. Talvez, nunca saberemos. A psicóloga Paula Machado observa que as fases do luto são componentes essenciais do processo de aceitação das perdas. É um tanto peculiar como temos consciência da finitude da nossa existência, mas não é costumeiro estar pronto para ela, falar sobre ela... Salienta que as perdas normalmente causam lágrimas, arrependimentos, desespero, e são reações normais, esperadas e necessárias para aliviar a tristeza causada pela morte de alguém querido. Todavia, será que elas seriam mais brandas se houvesse a compreensão e a aceitação da morte? A psicóloga alerta que o processo de luto ainda é um tabu. Ele é um processo que se inicia a partir da perda de uma pessoa querida ou de algo querido (lembrando que luto é uma ruptura, um fim com algo que direcionamos amor/apego). A pessoa enlutada entra em um estado de recolhimento, onde passa por uma trajetória emocional complexa, logo após a perda. Durante esse tempo, é comum que a pessoa enlutada aparente estar sempre triste, tenha crises de choro, se recuse a sair de casa e perca o interesse em atividades que antes amava. Da mesma forma, ela pode alimentar um conjunto de emoções e expressá-las de maneira que nem sempre são racionais, tais como: culpa, frustração, irritabilidade, desânimo, angústia, medo e desespero. Importante saber que as fases do luto não são vividas linearmente, cada indivíduo passa por essa experiência de modo singular. Não há regras para viver o luto. É comum ter negação, normalmente, a reação imediata ao ouvir a notícia da morte de alguém amado é rejeitá-la. A pessoa enlutada não acredita nem quer tentar acreditar na possibilidade de ter perdido um ente querido, então, rejeita a própria realidade. Tem um caráter de protegê-la de uma verdade inconveniente. Paula Machado pontua que o sujeito pode ser acometido por um grande sofrimento, o qual pode se prolongar por semanas ou meses. A pessoa enlutada chora, repensa as suas decisões e experiências de vida, se isola de familiares e amigos, podendo desenvolver um transtorno de depressão profundo e não conseguir chegar ao estágio de aceitação da morte. E é neste momento que a pessoa enlutada compreende a sua nova realidade, constituída pela ausência de quem partiu. Aceitar a perda não significa seguir a vida como se a pessoa amada nunca tivesse existido, não é esquecer os momentos partilhados e nem enterrar lembranças calorosas em um canto da mente. Portanto, aceitar significa conviver pacificamente com a perda. A prevenção é a melhor forma de cuidar da sua saúde! Para maiores informações, ligue: (77) 3441-4545 / (77) 99951-4755 (77) 3441-4500 / (77) 99989-6868.