Sertanejo perde terreno e abre espaço para a 'pisadinha'; empresários dizem que é passageiro

Acima: Barões da Pisadinha, Zé Vaqueiro e DJ Ivis em alta. Abaixo: Marília Mendonça, Gusttavo Lima e Henrique e Juliano estão em baixa - Foto: Divulgação

Desde o início da pandemia, as lives/shows dominaram a plataforma de vídeo youtube. Foram diversas interpretações de artistas famosos, desde o axé, pop-rock, funk, forró e o dominante sertanejo universitário. No entanto, no segundo ano de pandemia, um novo ritmo passou a dominar a plataforma de exibição e transmissão de vídeos. E ai, os sertanejos deixaram de aparecer entre os artistas mais ouvidos no youtube pela primeira vez. Reinam hoje no streaming astros do funk e, principalmente, da pisadinha, que é o forró feito no teclado. A ausência inédita de sertanejos no top da parada começou no início de maio deste ano. E só vem piorando. No ranking atual, a melhor posição sertaneja é de Marília Mendonça, em 7º. Ela liderava até os Barões da Pisadinha tomarem o topo no fim de 2020. Várias formas como o funk e o forró crescem com produções eletrônicas vibrantes de Barões da Pisadinha, DJ Ivis, Zé Vaqueiro, MC Don Juan e outros que hoje ocupam o topo. E o sertanejo? Será uma crise no setor mais produtivo da indústria musical brasileira ou só uma pausa antes de voltar a colher os frutos preferidos do mercado? Empresários, artistas e críticos analisam o cenário como uma "passagem provisória". Entretanto, sem eventos na pandemia, cai a divulgação das músicas e a renda potencial. Críticas à parte, no campo artístico esses estilos eletrônicos ousam, misturam e criam sons que caem na boca do povo. E há quem veja o sertanejo acomodado, com pouca renovação criativa. Há quem não veja falhas criativas, mas só o mercado sertanejo segurando lançamentos e investimentos em divulgação até que os shows voltem. Enquanto alguns projetam que a volta dos shows vai retomar a velha ordem, e que a pisadinha é passageira, para outros o futuro é imprevisível e as inovações eletrônicas, poderosas.