Covid-19: 'Sistema de saúde da região Sudoeste pode entrar em colapso', diz diretor do HGVC

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No limite superior com relação ao número de pacientes internados por conta da Covid-19 no Hospital Geral de Vitória da Conquista, o diretor da unidade relatou em entrevista a Rádio Alternativa na segunda-feira (22) que o sistema público de saúde da Região Sudoeste pode entrar em colapso. "Se houver algum paciente necessitando de internamento em UTI, ele vai ter que aguardar a próxima vaga, vai ficar em lugares onde ele vai ter o suporte, o pronto socorro, a UPA, mas ele não vai poder acessar imediatamente a vaga de uma UTI", afirmou Geovani Moreno o qual destacou ainda sobre a necessidade de diminuir a taxa de transmissão do vírus em nossa região. Além do HGVC, que possui 40 leitos, a Santa Casa possui 10 leitos, que segundo o médico, todos estão com 100% de ocupação. Para o diretor, além de abrir novos leitos, é necessário mudar o comportamento da sociedade. "A abertura de novos leitos é importante porque você consegue fazer com que esses pacientes acessem rapidamente o leito, pra que diminuam a taxa de mortalidade. Mas a gente tem que falar do comportamento da sociedade, onde no qual é preciso que o governo do estado determine medidas restritivas como Toque de Recolher para ensinar a sociedade como ela deve se comportar. Isso deveria ser um comportamento natural", disse o médico. 

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De acordo com Moreno, mesmo abrindo novos leitos de UTI, o setor de saúde pública não dispõe de profissionais para o enfrentamento à doença. "Nós não temos por exemplo hoje, se a gente for falar de: 'a vai abrir mais vinte leitos de UTI em Vitória da Conquista', a gente não tem equipe pra poder trabalhar. As equipes assistenciais, os médicos, os enfermeiros, os fisioterapeutas, técnicos de enfermagem e enfermeiros estão exaustos. A gente tem quase um ano nesse enfrenamento. Então a gente não tem nem recursos humanos pra poder trabalhar nas UTIs", afirma Geovani. Pra ele, mais do que equipamentos, leitos de UTI, é necessário ter profissionais para atuar na linha de frente. "É preciso de gente pra trabalhar, porque é [gente] cuidando de gente", destaca. O médico também fala na descentralização dos atendimentos, que pode desafogar as unidades da região. "Eu acho sim importante, porque Vitória da Conquista como um polo, ela fica sobrecarregada. Nós temos 70 leitos no total pra Covid, então se houver uma descentralização é óbvio que vai melhorar", destacou.