Brumado: Sem delivery, comerciantes consideram 'toque de recolher' tardio e pode gerar demissões

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

O decreto que estabelece o toque de recolher nos municípios da Bahia por sete dias, das 22h às 05h, a partir desta sexta-feira (19), contará com o apoio na Polícia Militar na perspectiva de garantir o cumprimento da medida. O decreto tem como objetivo provocar uma redução da taxa de crescimento da Covid-19 no estado, ao passo que elimina as aglomerações noturnas. Até o próximo dia 25 de fevereiro, a circulação de pessoas nas ruas -- entre 22h e 5h -- será restrita e os estabelecimentos de serviços não essenciais deverão encerrar as suas atividades até as 21h30 para garantir o retorno dos funcionários às suas residências. Locais comerciais como bares e restaurantes, além de serviços de delivery, deverão estar fechados às 22h. Em entrevista ao site 97NEWS, comerciantes de Brumado consideram a extrema medida do Governo baiano como "tardia". No ramo de acarajé há mais de 30 anos, Alex é a favor da medida, mas afirma que o comércio ainda esta se restabelecendo. "Nós vamos seguir a regra, já que é pra conter o avanço da Covid-19. E mais tarde vamos retornando aos poucos", disse. Sem o serviço de delivery, ela vai ter que abrir mais cedo. "Aqui geralmente eu já começo a servir bem mais cedo, e fechando as 22 horas, não vai me afetar muito", comenta. 

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Para o cliente Roberto Salles ele considera que o toque de recolher deveria ter sido feito no final do ano passado. "Acho muito tarde esse toque de recolher, porque fecha os bares e restaurantes, mas nas eleições houve aglomerações e ninguém falou nada. Na última semana, o governado esteve em Aracatu inaugurando obras e teve aglomerações, e ninguém fala nada, é para o bem da população, sim. Mas cadê o governo que não dá exemplo. Cadê as vacinas, porque não acelera o processo?", questiona o cliente. Para o empresário Fernando Rocha, o Decreto deveria ser mais flexível. "Por exemplo: as agências bancárias estão sempre cheias. A feira livre, lotada muita gente sem máscara, não é só nos bares. Então pegou como [bode expiatório] quem trabalha no noturno e achando que vai funcionar e, sinceramente isso não vai funcionar", afirma. Com sete funcionários em sua empresa, e com a renda diminuindo, ele afirma que terá que fazer cortes. "A primeira coisa que a gente vai ter que fazer é corte dos funcionários, pra poder conseguir pagar as contas", expressou. Segundo ele, ao invés do toque de recolher, o município poderia aumentar a fiscalização nos estabelecimentos, para garantir a segurança do cliente. "Aqui por exemplo, tenho álcool em gel em todas as mesas, quando o cliente não está consumindo, a gente pede pra ele usar a máscara e mantemos o distanciamento das mesas. A gente tenta fazer de todas as formas para não ter nenhum tipo de aglomeração", afirma o empresário do ramo de açaí.