Brumado: APLB Sindicato afirma que retorno às aulas é contraditório ao 'Decreto de Calamidade Pública'

Vanúsia Pereira Lôbo - APLB Sindicato - Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Após o anúncio do retorno às aulas na rede municipal de ensino na cidade de Brumado feita pela administração municipal, na qual o município pretende retornar as atividades no dia 08 de março e, que inclusive já possui protocolos de biossegurança prontos para o retorno, em nota ao site 97NEWS, a APLB Sindicato reiterou que a categoria dos professores apoiam o retorno as aulas "somente após a vacina". "Neste cenário, ressaltamos a importância do isolamento físico, do uso da máscara, da higienização constante das mãos e da urgência da vacina para um retorno seguro às aulas. Reiteramos: Retorno presencial seguro das aulas somente após a vacina!" A APLB disse ainda que o prórprio município decretou Calamidade Pública por conta do coronavírus, e com o retorno das aulas presenciais, a gestão entra em contradição com o próprio Decreto (Nº 5.410). "Lembramos, que no dia 27 de janeiro deste ano foi emitido [Decreto de Calamidade Pública] em todo o território municipal de Brumado para fins de prevenção e enfrentamento do Coronavírus em decorrência do agravamento da Covid. Ora! É contraditório que a mesma gestão que emite tal decreto, afirmando que o município 'não dispõe de recursos financeiros e equipamentos na estrutura da rede pública de saúde suficientes para combate aos efeitos do Coronavírus', siga na contramão do documento, insistindo em reabrir as escolas e correndo o risco de contribuir para o agravamento do quadro." O Sindicato diz ainda que sabe da importância da educação na formação do ser humano e da importância das relações que se estabelecem na escola, mas entendem que ainda há uma crise sanitária. "O melhor que podemos fazer ainda é continuar com o ensino mediado por tecnologias, garantindo a segurança tanto de alunos, educadores e familiares, como da sociedade em geral." 

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

De acordo com o Sindicato, nos últimos dias, a APLB vem participado de reuniões de análise e melhoria dos protocolos de segurança para retorno das aulas. "A participação da APLB, ocorrida por insistência da mesma, traduz-se numa colaboração na construção de um protocolo rígido para retorno após a vacinação. De forma alguma queremos contribuir num documento para retorno presencial na situação em que nos encontramos e sem vacina disponível, sobretudo quando temos a seguinte realidade: há grande risco em se aumentar o contágio com o retorno presencial das aulas, pois, dentre as cidades circunvizinhas, somos a que mais registra casos e óbitos. Não foi registrado nenhum óbito de professor ou aluno devido as atividades remotas." A APLB afirma que não é responsável pela suspensão das aulas devido à pandemia e, com isso, o desemprego de funcionários ligados à educação no município tem sido injusta. "O que temos feito até o momento é nos preocupamos em garantir que a saúde e a vida sejam preservadas e acreditamos, a partir de uma análise séria da realidade de nosso país, estado e município, que não há garantias de segurança total sem vacina." O Sindicato ressalta que a categoria está sob a proteção de uma liminar expedida em setembro de 2020 suspendendo o retorno às atividades escolares presenciais. "Nenhum professor ou aluno é obrigado a retornar estando resguardado pela medida. Deixamos bem claro que, caso algum professor ou aluno venha a falecer por Covid em Brumado em decorrência da reabertura das escolas, levaremos a público os nomes dos responsáveis. Faremos questão de chamar a atenção da sociedade e da mídia para a ação criminosa de quem deveria, em primeiro lugar, zelar pela vida de alunos, professores e familiares", diz parte da nota. A APLB Sindicato tem como presidente a professora Vanúsia Pereira Lôbo.