Alfaiate de 77 anos é um resistente da profissão em Brumado

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

José Antônio da Silva, tem 77 anos e uma disposição de dar inveja a qualquer um. É alfaiate há 60 anos tem uma pequena alfaiataria, na Praça dos Meiras, em Brumado. “Eu comecei com 16 anos de idade com a ajuda do senhor Augusto, depois aprendi com outros e após um certo tempo, montei minha própria alfaiataria”, lembra ele. Seu Antônio é alfaiate de costura masculina, um dos últimos e talvez o mais antigo de Brumado. A moda da roupa pronta derrubou a costura sob medida. A profissão foi se extinguindo, mas ele resistiu. “A alfaiataria já acabou, eu é que sou teimoso”, brinca ele destacando que a Capital do Minério já chegou a ter oito alfaiates. Dedicado, seu Silva abre mão das evoluções tecnológicas, mantém sua alfaiataria com equipamentos antigos e muito bem conservados. Ele chega a passar quatro horas por dia sentado costurando principalmente calças sociais, ternos e coletes. "A profissão é difícil, começa devagar e vai se aperfeiçoando com um tempo", explica. Segundo seu José, quem compra sob medida, nunca mais passa em uma loja novamente. “É outra roupa completamente diferente. Ela se molda ao corpo, mostra personalidade e elegância de quem usa”, argumenta. Seu Antônio diz ainda que hoje conserta mais roupas que os clientes compram do que faz. "Hoje quase não se faz mais roupas sob medida, a maioria compram prontas, e depois vem aqui pra consertar ou ajustar. Está se perdendo a essência da alfaiataria", explica ele. O profissional chegou a trabalhar no centro da cidade, quando a feira livre de Brumado ainda era no prédio do atual Mercado de Artes. Sobre os filhos, Silva disse que nenhum deles seguiu o caminhos percorridos pela tesoura do pai. “Ninguém quis, meus filhos não quiseram porque não da dinheiro, só eu mesmo", enfatiza José.