Brumado: 'O comércio está agonizando para sobreviver também', diz diretor de relações da CDL

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Um possível fechamento do comércio não essencial em Brumado pela segunda vez, está criando uma grande manifestação, principalmente no meio empresarial. Nesta quinta-feira (25), encerra o prazo legal para que o Município entre com recurso e consiga derrubar ou prorrogar a Liminar do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), na qual determina o fechamento de estabelecimentos não essenciais sob pena de multa de R$ 5 mil, limitada a R$ 50 mil. Esta semana, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Brumado reuniu a imprensa local e detalhou como poderá ficar o comércio local, se caso o Município tenha que acatar a liminar e fechar novamente, como aconteceu no início da pandemia da Covid-19, o novo Coronavírus. Na reunião, o Diretor de Relações Institucionais e Governamentais da CDL e também empresário local, Orlando Gomes, detalhou que desde que o comércio foi reaberto, a categoria não conseguiu se quer atingir 30% do faturamento médio mensal. "Estamos trabalhando exclusivamente para pagar as despesas fixas, aluguel, energia, impostos e folha de pagamento", afirmou. Segundo ele, desde que ocorreu o fechamento no dia 20 de março, e permaneceu por 38 dias, muitas empresas já não conseguem manter seus compromissos em dia. "Muitos fornecedores não prorrogaram duplicatas, a maioria das empresas não conseguiram efetivar empréstimos juntos aos bancos por causa das garantias reais que são exigidas. Hoje após 90 dias de dificuldade financeira, as suspensões dos contratos com funcionários já estão vencendo, e eles devem retornar ao trabalho. E agora, retornar ao trabalho com o comércio fechado?", questiona Orlando. 

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De acordo com Gomes, não há dados técnicos que comprovem no qual o comércio seria o principal vetor de transmissão da Covid-19 na cidade. "Diferente de centros urbanos maiores, Brumado não tem transporte coletivo (ônibus, trem, metro), que segundo diversos estudos já realizados, podem ser os maiores responsáveis pelo aumento do contágio", disse o Diretor de Relações Institucionais da CDL no qual ainda acrescentou que, existem muitos fatores que poderiam estar disseminando o vírus em nossa cidade. "Recebemos uma [liminar] que é uma decisão do Poder Judiciário, que apesar de não concordarmos, entendemos e pedimos neste momento, principalmente à Defensoria Pública Estadual, que reveja a contradição, pois os principais problemas relatados e vivenciados pela população, que gera o maior volume de aglomerações, continuarão em pleno vigor, à exemplo: as filas de bancos, lotéricas e estabelecimentos essenciais", destacou Orlando. Conforme o membro da CDL, a Defensoria Pública e o Judiciário baiano precisam rever as indagações do comércio local. "Entendemos a preocupação de todos e, inclusive do Ministério Público, mas precisamos também nos posicionar e defender, pois o nosso corredor principal do comércio de Brumado, vem desempenhando na íntegra os cuidados com nossos consumidores. Não existe se quer uma denúncia em nossos estabelecimentos de irregularidades no procedimento de atendimento", esclareceu. Ainda conforme ele, a população vai conviver e se adequar com a pandemia por alguns meses. "O distanciamento social, o uso de máscaras e a higienização constante das mãos, deverão fazer parte do nosso cotidiano durante um longo período de tempo", finalizou Orlando Gomes.