Brumado: Sem escolha, feirantes mantêm rotina na pandemia de coronavírus

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Berlinda de Souza Araújo, há 20 anos trabalha com seu marido na feira livre de Brumado vendendo frutas e verduras. A chegada da pandemia de coronavírus assustou a trabalhadora, mas ela é categórica: “Entre o risco de pegar a doença e passar necessidade, você acha que a gente pode escolher?”. Essa é a situação de vários brumadenses que não podem deixar sua rotina de trabalho para atender à determinação e evitar contato social. A base da renda de Berlinda é tirada na feira. Como ela não produz as verduras, compra de terceiros para revender. “A gente tá aqui mesmo para atender a população que precisa, mas arriscando as nossas vidas. É difícil está aqui, enquanto muitos estão em casa isolados, e nós estamos aqui para atender as necessidades daqueles que precisam ter o alimento”, explicou a feirante, que tenta se proteger usando luvas, máscara e álcool em gel. Segundo a feirante, com o estoque acabando, ela pretende apenas vender o que ainda tem e depois tentar ficar em casa. "Não renovamos o nosso estoque. Não sabemos se o mercado vai continuar aberto, então não podemos arriscar", disse Araújo ao 97NEWS. De acordo com Berlinda, a baixa procura favoreceu a queda nas vendas em 80%. "Praticamente caiu bastante as vendas devido a população não vir frequentemente na feira. São poucos os que vem comprar, e quando vem, é por necessidade mesmo", destacou. A situação é semelhante para motobóis, bem como das trabalhadoras domésticas diaristas, que dependem do trabalho diário para ter renda.