Brumado: Família aumenta renda em casa vendendo material reciclável

Freezer comprado com o dinheiro da reciclagem - Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Já pensou se todo dia você tropeçasse com dinheiro pela rua? Isso acontece e você, nem se dá conta. Mas, onde nós vemos sujeira e lixo, a família da Dona Lurdinalva Pereira, de 69 anos, vê uma renda extra para a família. É com uma montanha de latinhas e outros materiais que ela compra móveis, eletrodomésticos e ainda ajuda os filhos. No quintal de casa, na Vila Presidente Vargas, entre alumínio, papelão e metais, Dona Lurdinalva guarda todo material recolhido nas ruas e depois revende para uma empresa de reciclagem de Brumado. “Com o dinheiro da reciclagem eu viajo e compro meus móveis de casa. Agora mesmo acabamos de comprar uma freezer novinha, e detalhe, à vista”, conta sorridente. Segundo seu filho Alex Passos, de 37 anos, a sacada para ganhar dinheiro com reciclagem surgiu há 15 anos, depois que o carro de coleta demorava para recolher o lixo. "Nós tínhamos uma dificuldade na Vila que era a demora da coleta, então nesse intervalo, os cachorros rasgavam as sacolas e espelhavam o lixo pela rua. E ai surgiu a necessidade de recolher materiais como garrafa pet, papelão, plástico, latinhas, enfim, fomos juntando e começamos a vender para a empresa", lembra Passos. 

Boa parte do material é guardado no fundo da casa - Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Segundo ele, ao longo dos 15 anos, a família já comprou vários móveis e sempre quando alguém precisa de uma ajuda, sua mãe colabora. "Recentemente compramos uma freezer de R$ 1.500 e pagamos a vista, porque sempre quando tinha reunião de família aqui em casa, e a família é grande, tínhamos dificuldades em guardar alimentos e bebidas, mas agora graças a Deus temos uma na cozinha", disse o filho de Dona Lurdinalva. Mas o que deixa a família um pouco triste é o preconceito que vem dos próprios parentes, que de acordo com Alex, no início surgiam apelidos como "Lixeiro". "Até os meus próprios parentes tinham vergonha de mim porque eu juntava o material. Sempre que eu passava pela rua gritavam, [olha o lixeiro]. Mas por incrível que pareça, quem antes me julgava, hoje faz o mesmo, ou seja, viu na nossa atitude uma oportunidade de ganhar dinheiro", afirma Passos.