25 de Novembro: Em dia nacional, baiana de acarajé exalta ofício em Brumado

Foto: Manu Nunes l 97NEWS

Elas costumam trabalhar atrás de um tabuleiro ornamentado com muita delícias. Bolinho de feijão, vatapá, caruru, camarão, salada e pimenta, são seu instrumento de trabalho e ganha-pão. As baianas de acarajé são tão importantes para a história da Bahia e do Brasil que ganharam uma data para celebrar sua profissão. Nesta segunda-feira (25), é comemorado o Dia da Baiana de Acarajé. "Dendê, azeite e amor", comenta a baiana de acarajé Maria Odete, a "Dona Dete". Atrás do tabuleiro há quatro décadas, conta ainda que comemorar o Dia Nacional das Baianas de Acarajé é reafirmar a resistência das mulheres que, há gerações, sustentam suas famílias com a venda dos quitutes. "Todos sabem que nasci em Candeias, me criei em Santo Amaro, mas vim para Brumado ainda jovem. Sigo a tradição há mais de 40 anos, e agora estou passando a tradição às minhas filhas e netas", afirma Dona Dete. 

Foto: Manu Nunes l 97NEWS

O mesmo sorriso que recebe convidados em sua casa é o mesmo que reflete no tabuleiro ao atender os clientes. Mãe de sete filhos, Dona Dete conta que com a ajuda do seu marido já falecido, criou todos com o acarajé. "Criei todos, trabalhei muito e, viajei por várias cidades. Em Brumado fui uma das pioneiras, depois fui para o Rio de Janeiro, fiquei lá pro três anos e em seguida, retornei à Brumado onde continuo com muito carinho e amor", relata. Elas são responsáveis por preparar e comercializar uma das iguarias mais tradicionais da culinária baiana. E sua importância e valor foi reconhecido em 2004, quando foram consideradas patrimônio da Humanidade pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN. Questionada sobre o segredo do quitute de Dona Dete, ela ressaltou que o tempero é o carinho. "Não tem segredo, o tempero de toda comida é o carinho, seja qual for o alimento, se ele foi feito com carinho e dedicação, fica saboroso", disse a baiana. Em Salvador, a data que reverencia essas profissionais, já viajou símbolo da cultura baiana e brasileira. A data costuma ser celebrada com desfile pelas ruas e cultos religiosos dedicados a elas, no centro histórico da Capital Baiana.