Na Bahia, mais de meio milhão de pessoas fazem menos de três refeições por dia

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Apesar do presidente Jair Bolsonaro afirmar na última sexta-feira (19) que falar de fome no Brasil é “uma grande mentira”, dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI) apontam para um cenário contrário na Bahia. Estima-se que, em 2017, cerca de 3,6% da população do estado vivia com menos de três refeições por dia. O número representa uma taxa de pelo menos 547 mil baianos que não teriam acesso a uma alimentação básica composta por café da manhã, almoço e jantar. Outras 31 mil pessoas no estado viviam até 2017 com até uma refeição por dia, enquanto 1,8 milhão de famílias teriam renda mensal per capita menor que R$ 178. A quantia, de acordo Secretária de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), coloca as famílias baianas em uma faixa de extrema pobreza e, portanto, submetidas a algum tipo de insegurança alimentar. O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia, Carlos Martins, classificou a fala do presidente como infundada e sem paralelo com a realidade da população do Brasil. “O país tem mais de 13 milhões de desempregados e isso, obviamente, interfere diretamente no número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar grave. É um retrocesso, pois o Brasil havia saído do mapa mundial da fome”, disse.