Hospital Municipal de Brumado realiza primeira captação de órgãos com paciente

Foto: Luciano Santos l 97News

A decisão pela doação de órgãos, quando autorizada pela família de um paciente que acaba de morrer, desencadeia uma corrida contra o tempo. Realizar exames, confirmar diagnóstico, acionar os órgãos reguladores, cumprir os trâmites burocráticos e finalmente fazer a cirurgia de retirada de órgãos, chamada captação. Tudo em menos de 24 horas. Foi o que aconteceu pela primeira vez no Hospital Municipal Professor Magalhães Neto, em Brumado. O processo inédito começou na manhã do último sábado (13), quando a equipe de profissionais do HPMN, após a realização de vários testes e exames, confirmou a morte encefálica de um paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O diagnóstico é a única causa de óbito que pode resultar em doação. Em seguida, o hospital comunicou ao Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde. Com autorização da família, o procedimento para captação dos órgãos durou aproximadamente quatro horas e envolveu uma equipe da Central de Transplantes da Bahia, coordenada pelo cirurgião Avio Mota Brasil Neto. Para os profissionais envolvidos no procedimento, “por ter sido a primeira vez, gerou uma ansiedade, mas ocorreu tudo da melhor maneira possível e representou um aprendizado enorme”. 

 

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Com tudo pronto, várias equipes se mobilizaram para a captação, que começou por volta das 11h e terminou quatro horas depois. A escolha de quem recebe o órgão é determinada pela Central de Transplantes do ministério, que cruza as informações do doador com as de quem está na lista, avaliando, por exemplo, tempo de espera, idade e padrão de compatibilidade sanguínea e imunológica. Para o prefeito de Brumado, Eduardo Vasconcelos, a experiência pode ajudar a divulgar a cultura da doação de órgãos. “Quanto mais difundida, menos resistência existe na captação, não só entre a sociedade civil, mas entre os profissionais de saúde”, ressalta. Após essa primeira experiência, o Secretário Municipal de Saude, Claudio Feres, espera fortalecer esse processo de logística e abordagem familiar entre os profissionais de saúde, para que conheçam o processo e possam contribuir. “O trabalho agora será mais voltado para a sensibilização tanto dos profissionais quanto dos familiares que, num momento difícil, podem beneficiar outro ser humano”, avalia.