Pioneiro no atendimento regionalizado no país, apesar dos grandes avanços registrados na Bahia, o Samu 192 ainda enfrenta uma grande dificuldade em relação à circulação das ambulâncias em Brumado. Isso porque muitos motoristas não cedem a passagem ao veículo, principalmente na área urbana do município. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, quando estiverem com os sinais acionados e em situação de urgência, os veículos de emergência, além da prioridade de passagem, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, o que significa que podem transitar livremente em qualquer condição ou local que a regra seja a proibição. Por exemplo, podem avançar o sinal vermelho do semáforo ou estacionar sobre o passeio. Mas a ambulância não pode trafegar acima da velocidade permitida na via, por isso a importância da prioridade a passagem. Mas, segundo relato dos condutores socorristas do Samu de Brumado, mesmo com o giroflex e sirene ligados, indicando situação de urgência, muitos condutores brumadenses não cedem passagem à ambulância, dificultando que a unidade chegue rapidamente ao local do atendimento. A função do Samu é atender pacientes que correm risco iminente de morte ou que se não receberem atendimento rápido e correto podem ficar com sequelas. Em ocorrências de parada cardiorrespiratória, acidente vascular cerebral e infarto, por exemplo, os minutos perdidos no trânsito podem colocar em risco a vida do paciente ou deixar sequelas irreversíveis, caso este sobreviva.
Ambulâncias do Samu enfrentam dificuldade de circulação na área urbana de Brumado
No caso de Brumado, que possui uma população de cerca de 68 mil habitantes e, um trânsito intenso --apesar do porte--, se não houver uma conscientização da população em relação a essa prioridade de circulação da ambulância, a dificuldade de chegar ao local do acionamento pode se tornar ainda maior. Entre as dificuldades relacionadas pelos condutores socorristas estão, principalmente, a falta de atenção e educação no trânsito. “Muitos motoristas não prestam atenção ou ignoram o sinal de alerta da ambulância porque estão com o vidro do carro fechado, falando ao celular e não olham no retrovisor, não reduzem a velocidade e não se deslocam para a mão da direita, dificultando a passagem da ambulância”, relata o socorrista George Dias. George relatou ainda que por conta da triagem que o médico de regulação precisa realizar na ocorrência antes de deslocar a viatura já demanda tempo e, por conta disso já gera prejuízos ao socorro à vítima, e se o trânsito não ajuda, o atendimento só se agrava. Outra situação relatada pela equipe de atendimento, é o estacionamento do Hospital Municipal Professor Magalhães Neto, segundo eles, o local é mal planejado e motoristas não estacionam de maneira correta, dificultando o trabalho do Samu. “A ambulância precisa de uma circulação rápida na via pública ou em estacionamento, e essa dificuldade encontrada nesse local também afeta o socorro rápido”, destacou. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), quando os dispositivos de alarme e sonoro estiverem acionados indicando a aproximação de um veículo de emergência, os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário. Já os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local. Para todos os condutores, a orientação do CTB é dar prioridade de passagem na via e no cruzamento com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança.