'O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons'

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“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. A frase é atribuída a Martin Luther King Jr. e resume bem a mensagem que devemos trazer às vésperas das eleições de 2018. Com um Brasil completamente polarizado na dicotomia nós x eles, precisamos refletir sobre o barulho feito por aqueles que são maus em essência e que se aproveitam do silêncio dos bons para “nadar de braçada” em um mar tranquilo. Precisamos ser melhores. Enquanto nação, enquanto povo. Não apenas enquanto eu ou você, que lê este artigo. E aqui não é espaço para proselitismo. Sabemos que o país está dividido entre aqueles que são contra o PT e aqueles que são contra Jair Bolsonaro. Ambos os lados têm suas razões e suas justificativas para tanto. Assim como muitos tentam, de última hora, viabilizar candidaturas fora desse eixo, como Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Marina Silva. Todos, como é de conhecimento público, integram o sistema tanto quanto Fernando Haddad e Bolsonaro e, independente do resultado das urnas, dificilmente mudariam completamente o status quo dos políticos. Eles são assim. E os que não são precisam se “integrar” ao meio para tentarem se manter vivos – caso de João Amôedo, que se apresentou como “o novo” durante toda a campanha. Pessimismo parece algo intrínseco da atividade jornalística. O mal vende jornal. Rende cliques. Gera engajamentos. As pessoas, infelizmente, gostam de ver a barbárie. Boa parte delas para mostrar a indignação diante de um quadro determinista de que o ruim sempre vai acontecer com o outro, nunca com a própria pessoa. Você não é racista, pois tem até um amigo negro. Você não é homofóbico, pois tem até um colega de trabalho que é gay. Você não é misógino, tanto que de vez em quando lava os pratos em casa. O grande problema das eleições de 2018 é que muitos passaram a achar que podem travestir esses preconceitos “inexistentes” em opinião. Não. E isso está mais presente na campanha de um candidato, mas não há impedimentos que as militâncias de outros tenham atitudes intolerantes a que caberiam julgamento similar. E atitudes assim encontram uma caixa de ressonância que assusta quem quer apenas seguir a vida, tocando sonhos e planejando o futuro. Se antes já devíamos responder o que queremos do nosso futuro, neste domingo, quando a apuração das urnas for encerrada, essa pergunta precisa ecoar na mente de todo e qualquer brasileiro. Principalmente aqueles que são bons, no sentido mais puro da palavra. E que esses consigam fazer propagar que a política é apenas uma parte do nosso cotidiano. Uma parte que não justifica vivermos ainda mais miseravelmente do que temos vivido.