Na contramão da história: impasse sobre Presídio de Brumado continua

O Presídio de Brumado ainda não entrou em operação, sendo que já tem cerca de dois anos que as obras foram concluídas (Foto: Luciano Santos | 97NEWS)

O crescimento assustador da violência no Brasil foi fomentado por uma série de fatores, sendo, dentre eles, o desajuste familiar, com jovens entrando para o mundo do crime e do narcotráfico; a latente vulnerabilidade social, a crise financeira, moral e democrática e, por fim, a globalização. O reflexo direto foi uma sociedade muito temerosa, que está cada vez mais a mercê dos bandidos, que muitas vezes estão à solta pelas ruas, quando deveriam estar encarcerados. Neste contexto desafiador, a situação dos presídios brasileiros, é outro fator que acaba favorecendo o crime, pois, além de, na sua grande maioria estarem num alto déficit estrutural, muitas vezes, como é o caso de Brumado, estão barrados pela justiça.Com cerca de dois anos pronto, o Presídio de Brumado ainda não entrou em operação, devido a um impasse entre o governo do estado e a justiça do trabalho, que conseguiu impedir, até o momento, a contratação de funcionários terceirizados, alegando que existem concursados para ocupar as vagas. O Brasil hoje tem a terceira população carcerária do mundo, de cerca de 750 mil presos, além de 300 mandados de prisão em aberto, o que daria 1 milhão de pessoas. Brumado acompanha esta tendência, pois o Setor de Carceragem da 20ª Coorpin vem tendo uma superlotação histórica, abrigando custodiados de toda a região. Então, infelizmente, mais uma vez Brumado está na contramão da história, tendo vencido a forte resistência popular para a construção da unidade prisional e, quando ela fica pronta, acaba se tornando um “elefante branco”. Para encerrar, usando a analogia do reino animal, muitos dizem que aqui “tem um caveira de burro enterrada”, mas isso é um elemento abstrato, mas, no sólido terreno da realidade, o que existe em Brumado é realmente falta de representatividade política.