Greve dos caminhoneiros afeta clínicas de diálise na Bahia; em Brumado o INEB reduziu o tratamento para três horas cada paciente

Foto: Luciano Santos l 97NEWS

Sem a entrega de insumos, pacientes renais podem ficar sem tratamento na Bahia.  A greve dos caminhoneiros que entrou no seu oitavo dia nesta segunda-feira (28) já criou um verdadeiro caos no país. E as clínicas de diálise, que fazem o tratamento de terapia renal substitutiva (TRS) e mantêm a vida de milhões de pacientes começam a serem afetadas. Em Brumado, o Instituto de Nefrologia da Bahia (INEB) já está em alerta, pois os insumos estão chegando ao fim. Além disso, os veículos que transportam os pacientes de outras cidades da região, estão sem combustíveis para a viagem, que em alguns lugares podem chegar até 350 km de distância até Brumado. As secretarias de saúde estadual, municipal e ministério público já foram notificados. No caso das clínicas de diálise, o problema não é apenas econômico, são várias vidas que estão em jogo. Pois para a realização de uma sessão de hemodiálise é preciso vários materiais e a falta de um deles, por menor que seja, impede a realização do procedimento. 

Foto: Josué Andrade

E os pacientes renais crônicos dependem única e exclusivamente das sessões de hemodiálise para sobreviver. O setor está em alerta máximo, devido a peculiaridade do serviço de diálise, sua continuidade e fragilidade do paciente. Em Brumado, cerca de 111 pacientes são atendidos por dia. A direção do INEB, reduziu de 4 horas para 3 horas o tratamento para pacientes que realizam o procedimento no Instituto de Nefrologia. É preciso que as autoridades deem uma atenção especial para esta situação, pois o setor pode entrar em colapso, com grande prejuízo à população assistida. A Associação Brasileira dos Centros de diálise e Transplante (ABCDT) faz um apelo à organizadora da paralização, que considerem a fragilidade deste setor e o tratem de maneira especial, permitindo que os caminhões que transportam cargas com insumos e medicamentos passem pelas barreiras e cheguem até as clínicas. Mas é muito importante ressaltar que mesmo que os caminhões consigam passar pelas barreiras, ainda enfrentarão o problema da falta de combustíveis. Com a paralisação, caminhões-tanque não conseguem chegar aos postos para repor os estoques.