Proprietário da IOBA/IOSE é preso em Aracaju; PF intensifica operação para combater fraudes no Projeto Glaucoma

A 'Operação Lanzarote' acabou prendendo, de forma preventiva, um dos sócios proprietários da empresa (Foto: Leitor Whatsaap)

O Projeto Glaucoma, é desenvolvido por meio do SUS – Sistema Único de Saúde, que faz o repasse à clínica gestora do projeto do valor dos colírios, os quais têm um custo muito alto, principalmente os que utilizam a "prostaglandina", que chegam a custar seis vezes mais que os da linha 1 e 70% a mais do que os da linha 2. Segundo relatos do Ministério da Saúde, no período de 2013 até maio de 2017, uma das clínicas que desenvolvem o projeto em cerca de 30 municípios da Bahia, o IOBA – Instituto Oftalmológico da Bahia, recebeu a quantia total de R$ 9.418.632,99, relativamente a atendimentos a pacientes, a maioria da microrregião de Guanambi. Após denúncias e investigações que apontavam possibilidade de fraude, a Polícia Federal deu início à “Operação Lanzarote”, uma alusão à ilha onde viveu o premiado escritor português José Saramago, autor do livro “Ensaios sobre a Cegueira”. Após meses de investigações, nessa terça-feira (27), uma nova fase foi realizada em Sergipe e na Bahia, o que resultou na prisão preventiva do proprietário das clínicas IOBA e IOSE, o oftalmologista Vinicius Cunha Góes, que foi levado por agentes federais de seu apartamento que fica localizado na Mansão Buena Vista, no bairro Jardins em Aracajú. Com o avanço das investigações, que mostraram fortes indícios de fraudes em todo o país, o Ministério da Saúde fez uma “navalha na carne” no projeto, cortando radicalmente os repasses, o que acabou prejudicando milhares de pacientes, que, agora, correm o risco de perderem a visão. Em Brumado existe uma filial da IOBA, que foi alvo novamente de um braço da operação. Devido a isso muitas especulações começaram a surgir, o que provocou a veiculação na mídia local de uma nota de esclarecimento da Secretaria Municipal de Saúde, a qual tinha como mote esclarecer que a responsável pelos serviços do Projeto Glaucoma em Brumado não era a IOBA, mas sim pelo Instituto da Visão, que já teria passado por duas auditorias federais, mas que, até o momento não teve nenhum ilícito comprovado.