O fato de jovens estarem optando por estudar por um período de tempo mais longo, não só até a faculdade, assim como a decisão cada vez mais frequente de adiar casamento e maternidade/paternidade, estariam mudando a percepção das pessoas de quando a vida adulta começa, dizem pesquisadores australianos em um artigo publicado nesta semana na revista científica Lancet Child & Adolescent Health. Para eles, a redefinição da duração da adolescência seria essencial para assegurar que as leis que dizem respeito a esses jovens continuassem sendo asseguradas. Outros especialistas, no entanto, dizem que postergar o fim da adolescência pode mais adiante infantilizar os jovens. A duração da adolescência já chegou a ser alterada antes, quando se concluiu que, com os avanços da saúde e da nutrição, a puberdade iniciava antes do 14 anos, como se convencionava. Essa fase tem início quando uma parte do cérebro, o hipotálamo, ativa as glândulas hipófise e gônadas, que, entre outras coisas, liberam hormônios sexuais. Ela costumava acontecer por volta dos 14 anos, mas caiu gradualmente no mundo desenvolvido nas últimas décadas até o patamar de 10 anos. Como consequência, em países industrializados como o Reino Unido a idade média para a primeira menstruação de uma garota caiu quatro anos nos últimos 150 anos. Metade das mulheres agora fica menstruada pela primeira vez entre 12 e 13 anos. A biologia também é usada como argumento por aqueles que defendem que a adolescência termina mais tarde - e que dizem, por exemplo, que o corpo continua a se desenvolver. O cerébro continua se desenvolvendo depois dos 20 anos, trabalhando de maneira mais rápida e eficiente. E para muitos os dentes do siso não nascem até que complete 25 anos.