Se se imagina conhecer sobre a saúde no Brasil, favor adentrar-se um hospital público, ao menos a grande maioria deles. Não falo de um Sara Kubtischeck, tampouco de um Hospital das Clínicas em São Paulo. Afora poucos espalhados por este país continental, qualquer um em que se entre dará a medida certa da nossa saúde: filas, corredores lotados, macas pelo chão, leitos superlotados, falta de medicamentos básicos etc.
Aqui, a intenção não é apontar este ou aquele Governo. O foco está no problema em si. Talvez os números expressem tal realidade, ou, no mínimo, a justifiquem. Para não nos atermos a países europeus, ou tidos como de primeiro mundo, tomaremos por base os africanos em que, segundo a Organização mundial da Saúde (OMS), o investimento do Governo, nesta área, chega a uma média de 10,6% do seu orçamento federal. A média mundial, segundo a mesma OMS, é de 11,7%, ao passo que o Brasil se localiza no patamar de 8,7%. Num país em que (dados de 2012) 64% dos leitos hospitalares ficam com a saúde privada contra somente 36% com a pública, já se pode constatar um jogo elitista para o trato com um bem tão precioso como a vida.