Das 413 delegacias do estado visitadas pelo Conselho Nacional do Ministério Público – ao todo, a Bahia tem 499 delegacias – 23 dividem os presos considerando as organizações criminosas às quais eles pertencem. Segundo informações do jornal Correio, os dados integram levantamento feito pelo órgão e divulgado no último dia 18, com base em informações de 2016, no qual a Bahia ocupa o primeiro lugar – as duas capitais com maior número de facções, o Rio de Janeiro está em segundo lugar, com 12 unidades em que os presos são distribuídos conforme suas facções, e São Paulo, em sexto, com 5 unidades. O terceiro estado com mais delegacias que separam os presos por facção é Mato Grosso do Sul (10), seguido do Paraná (8) e por Amazonas e Goiás, que empatam com 7 unidades. Ainda segundo o Correio, a divisão se estende ao sistema prisional: Comando da Paz (CP), Caveira e Bonde do Maluco (BDM) foram alocadas em cinco unidades do Complexo da Mata Escura, a exemplo do que acontece nos bairros de Salvador e nas cidades da Região Metropolitana. Vice-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (Adpeb), a delegada Patrícia Oliveira cita um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) que aponta que 2.775 presos ainda estavam custodiados nas delegacias baianas. “Ou seja, 20% dos presos dos 14.236 presos na Bahia, quando na verdade não deveríamos ter nenhum”, declara. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou em nota que os presos são relacionados às facções no decorrer das investigações, mas não confirmou a separação por organização criminosa. A pasta ainda ressaltou que as celas das delegacias já foram esvaziadas, em paralelo às inaugurações de novos presídios no estado.
Levantamento aponta que 23 delegacias na Bahia dividem presos por facção
Foto: Reprodução